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Blockchain: governo adotou tecnologia no novo selo Procel (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 09h50.
O Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, anunciou na última quinta-feira, 21, o novo selo Procel, que agora passa a utilizar a tecnologia blockchain na validação de eficiência energética de aparelhos eletrodomésticos no Brasil.
De acordo com o ministério, a solução desenvolvida pela empresa GoLedger, promete modernizar, digitalizar e fortalecer o processo de concessão do selo Procel, considerado um dos mais relevantes instrumentos de política pública de eficiência energética no Brasil.
A pasta destacou que, antes da implementação do novo processo com blockchain, a solicitação do Selo Procel ocorria majoritariamente via e-mail, demandando o envio manual de documentações e uma análise técnica igualmente manual.
Com a nova plataforma, todo o trâmite se digitaliza e centraliza. Interessados, como fabricantes e certificadoras, agora acessam o sistema para preencher detalhadamente as informações do produto, incluindo dados técnicos e o upload de anexos essenciais como arquivos, fotos e certificados de conformidade.
Uma vez submetido, o sistema notifica a equipe do Procel, que realiza a análise diretamente na plataforma, podendo aprovar, solicitar correções ou reprovar o pedido.
A aprovação resulta na geração automática do Selo Procel, que agora incorpora um QR Code, e seu envio digital ao solicitante. Cada modelo de equipamento terá um QR Code diferente e deve ser adicionado individualmente na plataforma, diferentemente de certificados que podiam agrupar vários produtos.
Luiz Felipe Pacheco, assessor do Procel, esclareceu que mesmo que um selo seja perdido devido a mudanças em critérios, o histórico de posse permanece registrado na plataforma graças ao uso de blockchain.
Pacheco compara o uso do blockchain no processo a um trem, onde os trilhos representam a rede e cada vagão simboliza um selo concedido ou um processo solicitado.
Cada "estação" (computadores ou "nós" da rede) armazena e replica essa informação, o que resulta na ausência de um servidor central único. Todos os participantes autorizados – Procel, Inmetro, Ministério de Minas e Energia, ENBPar, fornecedores e fabricantes – atuam como "nós", possuindo a mesma informação e garantindo maior confiança.
Ele também destaca que, desse modo, a transparência e a rastreabilidade são benefícios diretos e cada atualização no processo, da solicitação à aprovação, é registrada sequencialmente no blockchain, gerando um histórico completo e auditável.
Isso permite identificar quando uma ação foi realizada, por quem foi solicitada, quem a analisou e aprovou, e detalhes como recertificações ou prazos de expiração. A tecnologia também viabiliza contratos inteligentes, regras programadas que, por exemplo, emitem automaticamente o selo quando todos os documentos são entregues e a análise é aprovada.
Se os critérios de um equipamento mudarem, o sistema pode enviar notificações automáticas aos fabricantes para que atualizem seus dados. A plataforma utiliza o Hyperledger Fabric, mesmo blockchain utilizada no bCadastros da Receita Federal.
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