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Haddad: ministro da Fazenda defendeu o Drex (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Editor do Future of Money
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 17h13.
Última atualização em 30 de setembro de 2025 às 17h22.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o Drex no último sábado, 27, e rebateu críticas sobre um possível uso do projeto para monitorar e controlar operações financeiras realizadas pelos brasileiros. Em entrevista ao podcast 3 Irmãos, ele afirmou que a iniciativa não está sendo desenvolvida com esse objetivo.
O Drex é um projeto do Banco Central que busca desenvolver uma nova infraestrutura digital pública para o sistema financeiro brasileiro. A grande inovação é a incorporação da tecnologia de rede de registro distribuído (DLT), a mesma por trás das redes blockchains e das criptomoedas.
Questionado sobre os potenciais uso do projeto, Haddad disse que "não tem nada de controle. Tem transparência. Não tem controle. Você fala em transparência no Brasil também e todo mundo associa com o controle". Em seguida, ele foi questionado se seria possível desenvolver o projeto com elementos de controle de transações.
"Dá, mas não é para isso que ele serve", ressaltou. "Eu coloquei na internet todas as renúncias fiscais CNPJ por CNPJ. Isso aumenta o controle da sociedade sobre as renúncias fiscais. Está errado dar transparência para as coisas? Se empresa XPTO não está pagando imposto, não é justo o cidadão ficar sabendo?", questionou.
Além dos comentários de Haddad, o próprio Banco Central já ressaltou em diversas ocasiões que o Drex não deverá ser usado para violar a privacidade da população ou para controlar operações financeiras. Segundo o BC, seria possível usar a tecnologia para reverter transações, mas isso apenas ocorreria da mesma forma que no sistema tradicional.
Atualmente, o bloqueio de contas ou reversão de operações ocorre somente mediante ordem judicial em casos de crimes. Em 2023, Aristides Cavalcante, chefe-adjunto do departamento de TI da autarquia, disse que "é semelhante com o que acontece com o Pix hoje, que já conta com mecanismos para reversão de transações".
O ministro também foi questionando sobre a possibilidade do Drex ser implementado até o ano de 2030. Haddad ressaltou que o projeto "não é agenda [do Ministério] da Fazenda", mas sim do Banco Central, e que portanto não tinha detalhes sobre o cronograma esperado em torno da iniciativa.
"Agora mesmo o Banco Central teve de estancar a agenda dele por causa do hackeamento do Pix", lembrou. Ainda sobre o tema, Haddad disse que "a informática vem para ajudar, ela elimina atravessador, ela elimina custo de transação. Os custos de transação no Brasil são muito altos. Sempre tem alguém no caminho, tem sempre um pedágio".
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