Patrocínio:
Editor do Future of Money
Publicado em 16 de maio de 2025 às 11h48.
A Méliuz anunciou na última quinta-feira, 15, que os seus acionistas aprovaram a transformação da companhia em uma "bitcoin treasury company" (empresa de tesouraria de bitcoin, em tradução livre). Na prática, isso significa que ela será a primeira com ações negociadas na Bolsa de Valores a usar a criptomoeda como o seu principal ativo de reserva.
Em uma publicação no X, antigo Twitter, Israel Salmen, CEO da Méliuz, disse que a proposta foi aprovada por uma "ampla maioria". Após a aprovação, a empresa também realizou uma nova aquisição de unidades de bitcoin, investindo US$ 28,4 milhões (mais de R$ 160 milhões, na cotação atual).
O valor foi usado na compra de 274,52 unidades de bitcoin, com um preço médio de US$ 103.604. Com isso, a companhia soma agora 320,2 unidades da criptomoeda, adquiridas por um preço médio de US$ 101.703. A primeira compra movimentou mais de US$ 4 milhões.
Salmen classificou a aprovação como um "dia histórico". Em entrevista à EXAME pouco depois do início das compras da criptomoeda, ele disse que quer gerar uma "onda de adoção institucional" da moeda digital como um ativo de reserva de valor entre empresas brasileiras.
Ele explicou que a estratégia segue a mesma lógica da Strategy, a primeira grande empresa a começar a comprar unidades de bitcoin e usá-las como reserva de valor. Hoje, a companhia é a maior detentora institucional do ativo e soma mais de US$ 59 bilhões em unidades.
Salmen pontuou na entrevista que a estratégia da empresa não leva em conta as variações de curto prazo no preço do bitcoin: "A gente não tem preço-alvo. O foco está no longo prazo. A gente comprou para ter e carregar, e aí o preço acaba sendo um detalhe".
A proposta de transformar a criptomoeda no seu principal ativo de reserva foi apresentada em 15 de abril. O plano prevê novas aquisições do ativo a partir da obtenção de capital via caixa operacional ou outros tipos de operações financeiras.
Acionistas que discordarem da nova estratégia poderão devolver as ações da empresa com direito a um reembolso de R$ 3,928 por ação, considerando o valor do papel em 31 de dezembro de 2024. Para isso, é necessário manter as ações da companhia entre o período de 14 de abril até a data da solicitação.
Desde a apresentação da proposta, as ações da Méliuz acumulam uma valorização de mais de 175%.