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Méliuz é a 1ª empresa da Bolsa a adotar bitcoin como ativo de reserva; conheça a estratégia

Empresa de cashback anunciou que decidiu adotar bitcoin como parte da sua estratégia de tesouraria para "criar valor aos acionistas"

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 6 de março de 2025 às 11h59.

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A Méliuz anunciou nesta quinta-feira, 6, que decidiu investir no bitcoin e adotar a criptomoeda como parte da sua estratégia de tesouraria. Com isso, a empresa adquiriu US$ 4,1 milhões (pouco mais de R$ 23 milhões, na cotação atual) em unidades do ativo digital, em uma operação pioneira entre as empresas de capital aberto do Brasil.

Em uma carta enviada aos acionistas, a empresa explicou que comprou 45,72 unidades da criptomoeda, com um preço médio de US$ 90,2 mil por unidade. A nova estratégia exigiu mudanças na sua Política de Gestão de Liquidez e a criação de um "Comitê Estratégico de Bitcoin" para avaliar a operação.

A empresa também buscará junto à sua diretoria a possibilidade de definir a criptomoeda como o "principal ativo estratégico da tesouraria" da Méliuz e adotar "formas de geração incremental de bitcoin para os acionistas, seja por meio da alocação de caixa, do fluxo de caixa operacional ou de outras iniciativas estratégicas".

"A administração da companhia acredita que a estratégia de tesouraria focada na reserva de bitcoin tem potencial importante para a maximização de valor para a companhia e para seus acionistas", afirmou na carta Marcio Loures Penna, diretor de Relações com Investidores e Governança Corporativa da Méliuz.

Pela estratégia atual, as aquisições da criptomoeda ficam limitadas a 10% do caixa total da empresa. O anúncio tornou a Méliuz a primeira companhia com ações listadas na Bolsa de Valores a adotar o ativo como um instrumento de tesouraria, seguindo uma tendência internacional.

A companhia explicou que a decisão ocorreu após avaliar "as tendências globais e identificamos a oportunidade de aplicação de recursos e realização de investimentos em bitcoin para reforçar nosso posicionamento e fortalecer ainda mais nossa estrutura financeira".

A Méliuz disse ainda que optou pelo bitcoin ao invés de alocar investimentos na renda fixa brasileira devido à desvalorização cambial observada nos últimos meses devido a um "forte expansionismo monetário".

Já a criptomoeda foi apontada como um "ativo verdadeiramente escasso, que valorizou nos últimos 10 anos cerca de 77% ao ano em dólar". Nesse sentido, a companhia corrobora com a tese de que o bitcoin seria uma espécie de "ouro digital", ou seja, uma reserva de valor capaz de proteger investidores contra desvalorizações cambiais e outros tipos de perdas.

Quais empresas investem no bitcoin?

A Méliuz também citou outras empresas que já adotaram o bitcoin como um ativo estratégico de tesouraria, com destaque para a Strategy, antiga MicroStrategy, e a japonesa Metaplanet. A Tesla também adotou o bitcoin como ativo de reserva, assim como o Mercado Livre.

A Strategy foi pioneira nesse tipo de operação, iniciada em 2020, e atualmente é a maior detentora institucional da criptomoeda, com mais de R$ 260 bilhões em unidades.

Em ambos os casos, as ações das companhias tiveram forte valorização, atraindo investidores que enxergam os investimentos nos papéis como uma forma de obter exposição indireta à criptomoeda. Por outro lado, alguns analistas apontam riscos por trás da forma de aquisição, que em geral envolve a emissão de títulos de dívida.

"Acreditamos que essa estratégia não apenas protegerá e fortalecerá a posição financeira da Méliuz, mas também tem o potencial de nos posicionar como pioneiros em uma transformação financeira que já está em curso globalmente", pontua a companhia.

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