Future of Money

Patrocínio:

Design sem nome (2)
LOGO SENIOR_NEWS

Nicolás Maduro usa criptomoedas para driblar sanções e manter poder, diz ONG

Transparência Venezuela denuncia que o Petro foi usado como fachada para desviar bilhões de dólares

Nicolas Maduro, presidente da Venezuela desde 2013, foi punido por desrespeitar direitos humanos e outras ações (Carolina Cabral/Getty Images)

Nicolas Maduro, presidente da Venezuela desde 2013, foi punido por desrespeitar direitos humanos e outras ações (Carolina Cabral/Getty Images)

BeInCrypto
BeInCrypto

Portal de notícias

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 11h31.

Tudo sobreCriptomoedas
Saiba mais

As acusações de corrupção com criptoativos na Venezuela estão atingindo um novo patamar. De acordo com a Transparencia Venezuela, o regime de Nicolás Maduro transformou o sistema nacional de cripto em uma rede paralela para desvio de fundos, utilizando o Petro e stablecoins como USDT e USDC para escapar de sanções, lavar dinheiro e consolidar poder financeiro.

O relatório detalha uma década de manipulação institucional, na qual o discurso de “soberania digital” ocultava uma estrutura opaca. Esta análise investiga as conclusões do documento e como a tecnologia de blockchain foi usada para sustentar a corrupção estatal.

  • INVISTA E GANHE R$ 50. Abra sua conta na Mynt, a plataforma crypto do BTG Pactual, invista R$ 150 em qualquer criptoativo até 20/12/2025 e ganhe R$ 50 de cashback em bitcoin. Confira o regulamento no site.

Petro e a trama PDVSA

O chamado esquema PDVSA–Cripto é considerado o maior escândalo de corrupção digital na América Latina. Entre 2017 e 2025, o regime usou o Petro, sua criptomoeda oficial, como fachada para canalizar recursos do petróleo fora do sistema financeiro tradicional.

Segundo o relatório, as operações foram usadas para realizar vendas ilegais de petróleo bruto e movimentar moedas para contas privadas com proteção política.

O esquema era liderado pelo ex-vice-presidente Tareck El Aissami e pelo ex-superintendente de criptoativos Joselit Ramírez, ambos ligados a redes internacionais de lavagem de dinheiro.

Sob a gestão deles, a Superintendência Nacional de Criptoativos (Sunacrip) e o Tesouro de Criptoativos tornaram-se mecanismos para triangulação institucional. Empresas de fachada, contratos opacos e contas não auditadas completaram o circuito.

A ONG destaca que o Petro nunca foi uma criptomoeda descentralizada ou transparente: não havia mineração livre, a emissão dependia de decretos presidenciais e o ledger era controlado pelo Executivo.

Na prática, era uma moeda política, útil para evitar restrições financeiras e facilitar trocas com aliados como Rússia, Irã e Turquia. O colapso do Petro em 2024 marcou o fim de sua utilidade pública, mas não da estrutura de corrupção que o cercava.

Venezuela e a economia cripto paralela

Após a queda do Petro, o governo venezuelano adotou um novo modelo: stablecoins. Empresas licenciadas pelo Estado, como Kontigo e Crixto Pay, começaram a movimentar milhões de dólares em transações digitais, comprando USDC ou USDT a taxas oficiais e revendendo no mercado paralelo. O resultado foi um circuito de arbitragem e conversão de ativos ilícitos em moedas aparentemente legítimas.

Bancos como Bancamiga, Banco Plaza e Banco Activo também foram apontados por permitir recargas de stablecoins de até 100 mil USDC por mês sem rastreabilidade.

O esquema relembra o antigo “dólar preferencial”, mas aprimorado com blockchain. De acordo com o relatório, esse modelo de opacidade tecnológica permitiu ao governo manter sua estrutura de privilégios sob uma fachada moderna.

Simultaneamente, o governo começou a pagar contratantes do Estado em stablecoins, deslocando o bolívar e consolidando uma cripto-dolarização.

O New York Times relatou que, para conter pressões inflacionárias, a equipe econômica de Maduro canalizou receitas do petróleo através de exchanges locais autorizadas, enquanto reprimia o mercado negro do dólar.

Esse paradoxo transformou o Estado em seu próprio contrabandista digital: reprimia a economia informal enquanto a alimentava com operações oficiais de cripto.

Atualmente, mais da metade da moeda estrangeira que entra legalmente na Venezuela vem de criptomoedas. Embora o governo as apresente como um mecanismo de modernização, especialistas apontam que essa estratégia aumenta a inflação, reduz a transparência e reforça o controle político sobre a economia.

Da utopia do Petro à adoção de stablecoins, a tecnologia não mudou o sistema; apenas tornou o rastreamento mais difícil. O discurso de “soberania digital” se transformou em uma fachada para um sistema financeiro paralelo.

Para a comunidade internacional, o caso venezuelano é um alerta. A adoção estatal de criptos sem controles reais não moderniza uma economia: a subordina. Sem transparência, auditorias ou independência institucional, blockchain pode ser o disfarce perfeito para o autoritarismo financeiro.

Segundo um relatório recente, o regime venezuelano utilizou Petro e stablecoins como mecanismos de evasão e lavagem de dinheiro. Bancos e empresas com licenças estatais participaram do esquema. As criptos atualmente sustentam a economia paralela do chavismo. A Transparencia Venezuela exige auditorias urgentes e controle internacional.

*Matéria original por Lucas Espindola no BeinCrypto, portal parceiro da EXAME.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | X | YouTube Telegram | Tik Tok  

Acompanhe tudo sobre:Nicolás MaduroVenezuelaCriptomoedasCriptoativos

Mais de Future of Money

Bitcoin volta a cair abaixo de US$ 100 mil em compasso com desempenho fraco de IA nas bolsas

Stablecoins chamam a atenção de institucionais e dobram operações

Autor de Pai Rico, Pai Pobre explica por que algumas pessoas não enriquecem com investimentos

Plataforma vê ação disparar 280% no ano, mas balanço desanima investidores