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Open Finance transforma dados em poder de escolha

Com cinco anos de regulamentação no Brasil, a iniciativa se consolida como motor de inovação, ampliando a concorrência e a personalização dos serviços ao consumidor

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Redação Exame

Publicado em 19 de outubro de 2025 às 10h00.

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Por Tatiana Orofino*

A realidade de um sistema financeiro em que o consumidor não está preso a um único aplicativo, agência ou banco, mas circula livremente por um ecossistema aberto, no qual seus dados são a chave de acesso a diversos serviços, já não soa mais tão revolucionária quanto há pouco tempo.

A construção desse ambiente, que garante aos brasileiros o controle de seus dados e ampla escolha entre produtos financeiros de forma segura, é fruto do Open Finance, que completou cinco anos de regulamentação no final do último mês de agosto. Com 68 milhões de contas já compartilhando informações e R$ 31 bilhões em crédito viabilizados pela análise desses dados, a iniciativa do Banco Central tem redefinido o papel das instituições financeiras no país.

Segundo números divulgados pelo Banco Central, só no período entre janeiro e dezembro de 2024 houve um aumento de 48% no número de autorizações ativas de compartilhamento de dados, enquanto de janeiro a agosto de 2025 o volume alcançou 103 milhões, o que representa uma nova alta de 66%.

Essa consolidação do Open Finance nos últimos anos se deu principalmente pelo impulso à modernização e utilização intensiva de dados pelas instituições, ao mesmo tempo em que oferece aos clientes mais possibilidades de crédito, investimentos mais lucrativos e soluções financeiras personalizadas para pagamentos e gestão.

Alguns exemplos práticos mostram como a experiência do consumidor evoluiu, como o caso de uma instituição que começou notificando clientes sobre saldos negativos em outras contas, permitindo transferências rápidas para reduzir juros. Hoje, esse serviço também identifica saldos ociosos em diferentes contas e sugere aplicações financeiras com potencial de rendimento dentro de seu próprio sistema, oferecendo decisões financeiras mais inteligentes e estratégicas.

Habilitar ferramentas ágeis, para que o negócio siga inovando na velocidade da luz, não é tarefa fácil, e é onde entra a computação em nuvem. Na base dessa transformação que envolve grandes doses de tecnologia, observa-se que a nuvem deixou de ser apenas uma infraestrutura tecnológica e se configurou em um habilitador estratégico. A adoção da nuvem garante resiliência adicional ao sistema, segurança dos dados, velocidade e escalabilidade para atender aos picos de demanda, suporte à interoperabilidade, flexibilidade e adaptabilidade, além do custo reduzido. A nuvem assegura o crescimento do Open Finance sob bases sólidas de infraestrutura e segurança.

Serviços sob medida

Na nova fase das operações financeiras, o foco é transformar essa infraestrutura em geração de valor concreto, por meio da criação de ofertas cada vez mais customizadas e relevantes para os usuários finais. Assim como em todo o setor financeiro, o Open Finance também vem ganhando tração com o uso de Inteligência Artificial e do Machine Learning.

Utilizando-se da análise de dados transacionais e comportamentais — disponíveis mediante consentimento — os bancos conseguem antecipar necessidades e oferecer produtos e serviços no momento certo, entregando personalização na forma de aconselhamento financeiro para atingir um objetivo ou na gestão de portfólio sob medida, por exemplo. Ou seja, mais clientes passam a ter acesso a serviços que antes eram restritos a um público seleto com maior poder aquisitivo.

O futuro do Open Finance será definido pela capacidade do setor de transformar dados em valor real para as pessoas, com tecnologias emergentes como IA, ML e IA generativa acelerando esse movimento. A competição promovida pelo Open Finance força instituições de diferentes portes a inovar ainda mais, criando soluções mais acessíveis e personalizadas, e entregando benefícios concretos a um consumidor com maior poder de escolha.

*Tatiana Orofino é líder de desenvolvimento de negócios para o setor financeiro na AWS América Latina e assumiu em 2025 a liderança do conselho do Women at Amazon, grupo de afinidades global para mulheres, funcionários não binários e aliados, do qual faz parte desde 2021. É graduada em engenharia da computação, com larga experiência em soluções inovadoras para empresas.

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