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Especialista em criptoativos
Publicado em 25 de janeiro de 2025 às 11h00.
2025 começa cheio de expectativas e cria um cenário de volatilidade, entre a ansiedade sobre as iniciativas de Donald Trump para o mercado cripto e os rumos da macroeconomia.
Como era esperado, o bitcoin perdeu o fôlego logo após bater um novo recorde de preço — superando os US$ 109 mil — inflamado pela expectativa da chegada oficial do novo presidente americano. A queda se acentuou com a frustração momentânea do mercado com o discurso de posse de Trump, que não mencionou diretamente os ativos digitais.
A moeda, porém, acabou retomando a trajetória crescente e transita, no momento em que escrevo, na faixa dos US$ 106 mil.
O entusiasmo surgiu principalmente após Trump assinar ordens executivas que estabelecem um grupo de trabalho sobre cripto e avaliam a criação de “estoques de ativos digitais”, além de um termo que proíbe agências governamentais de criar ou emitir CBDCs — as moedas de bancos centrais, como o Drex.
Outros catalisadores de curto prazo podem aquecer ainda mais o mercado. O que precisamos observar:
Esses eventos são só algumas peças no tabuleiro. Estamos vivendo um momento histórico, com uma potência mundial abraçando o mercado cripto de forma inédita.
Paralelamente, os institucionais seguem embarcando em peso na criptoesfera, com seis dias seguidos de entradas consistentes nos ETFs a vista de bitcoin, como mostra a tabela do SoSoValue.
A gestora Galaxy Digital, gigante do mundo dos ativos digitais, publicou em seu relatório de previsões 2025 que os ETFs de bitcoin à vista nos EUA podem superar US$ 250 bilhões em ativos sob gestão. A instituição contabiliza que, no ano passado, esses produtos receberam mais de US$ 36 bilhões em entradas líquidas, sendo o melhor lançamento de ETFs da história.
Além disso, o relatório chama a atenção para o crescimento do bitcoin em relação a outras classes de ativos, especialmente o S&P 500 e o ouro, afirmando que a tendência de valorização que vemos na tabela abaixo — “Taxa de crescimento anual composta (CAGR) do bitcoin em comparação com o ouro e o S&P 500” — deve continuar este ano.
Eu acredito que sim — e a Galaxy Digital tem uma leitura ainda mais otimista: prevê que a moeda não apenas pode ultrapassar os US$ 150 mil já no primeiro semestre, como ainda chegar a US$ 185 mil no quarto trimestre.
Na visão da gestora, o bitcoin também tende a alcançar 20% da capitalização de mercado do ouro. Fazendo uma conta rápida, como o market cap atual do ouro é de US$ 18,7 trilhões, isso representaria uma capitalização de mercado para o bitcoin de cerca de US$ 3,74 trilhões.
Esse valor equivale a quase duas vezes o valor de mercado atual do bitcoin e supera o valor de mercado total das criptomoedas hoje, de aproximadamente US$ 3,3 trilhões.
Em coluna anterior, eu apresentei também algumas previsões para 2025 de outros dois gigantes do mundo cripto: Fidelity e Pantera Capital. Você pode ler aqui.
“Cinco empresas da Nasdaq 100 e cinco estados-nação vão anunciar a adição de bitcoin a seus balanços ou fundos soberano” — seja por razões estratégicas, diversificação de portfólio ou liquidação de transações internacionais/outras operações comerciais, segundo o relatório.
Uma das alavancas dessa adoção seria uma possível influência dos EUA e sua promessa de reserva de bitcoin, que despertaria um movimento entre países para não ficar para trás. O relatório projeta que isso levaria nações a adotar estratégias para minerar ou comprar bitcoin.
Outra previsão é sobre os investimentos de capital de risco direcionados à indústria. Os VCs podem destinar mais de US$ 150 bilhões para iniciativas cripto, o que representa um aumento ano a ano de mais de 50% — na esteira de uma possível queda nas taxas de juros nos EUA e maior clareza regulatória.
Com o afrouxamento das pressões regulatórias para DeFi e staking, novos recordes históricos entram no radar. A Galaxy Digital vê o ether acima de US$ 5.500 em 2025.
O analista Alex Thorn escreve no relatório que novas parcerias entre o DeFi e as finanças tradicionais (TradFi) levarão os mercados convencionais a fazer experiências “sérias” com blockchain — segundo ele, sendo a maior parte na ethereum e seu ecossistema, em especial na adoção de redes próprias de camada 2 (soluções de escalabilidade).
Além disso, a taxa de staking do ether surpreenderia com um aumento de 50%, impulsionada por um novo momento de clareza regulatória desencadeado pela administração Trump. De acordo com a análise, esse crescimento deve atrair ainda mais demanda e fluxo de valor através de soluções de staking como Lido e protocolos de restaking como EigenLayer e Symbiotic.
As previsões da Galaxy Digital estão carregadas de otimismo, mas é importante ficar de olho: o crescimento do mercado cripto depende de avanços regulatórios e de uma adoção estratégica que se sustentem no longo prazo.
Temos que acompanhar os próximos passos de Trump — o discurso se transformando em ação — e observar os desdobramentos da macroeconomia. Como essas movimentações vão impactar a adesão globalmente? A ver.
A criptoesfera já vem apresentando uma trajetória evolutiva consistente e, com regras claras, o céu é o limite.
Temos motivos para ficar entusiasmados? Com certeza. Mas sem perder de vista a necessidade de estarmos preparados para qualquer cenário.
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