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Polygon: nova diretora no Brasil terá stablecoins como foco (Polygon/Divulgação/Divulgação)
Editor do Future of Money
Publicado em 30 de julho de 2025 às 09h45.
As stablecoins, criptomoedas pareadas a outros ativos, não são um mero "hype" e "vieram para ficar" no sistema financeiro global. É o que afirma Thamilla Talarico, nova diretora de On-chain Finance Growth no Brasil da Polygon e que terá como missão expandir a adoção de stablecoins em empresas brasileiras por meio do blockchain.
Em entrevista à EXAME, Talarico avalia que as stablecoins "demoraram para alcançar a popularidade muito por conta da questão regulatória. Mas é um caso de uso muito claro de vender quando conversa sobre. As stablecoins não são apenas hype, elas vieram para ficar, mas precisavam de uma clareza regulatória maior".
E essa clareza começa a chegar em 2025. Os Estados Unidos aprovaram um projeto de lei específico para regular essas criptomoedas, e a União Europeia também criou regras que estabelecem o funcionamento e emissão desses ativos. Com isso, empresas tradicionais ganharam mais segurança para entrar no segmento.
"As empresas globais que ainda não estão evoluindo para pensar a própria stablecoin vão começar a ver isso. É um caso muito claro em termos de benefícios, com transações rápidas, baratas, e capilaridade para vários setores. Podem ser usadas em operações de pessoa para pessoa, e-commerce, transfronteiriças, remessas e câmbio".
A executiva destaca que "o mercado está crescendo, e quem não acompanha fica para trás. Estamos vendo o surgimento de novos trilhos globais de finanças, mais simples, baratos e rápidos e que melhoram a experiência dos usuários e das empresas que estão oferecendo".
A diretora da Polygon no Brasil vê as stablecoins como o "caso de uso mais claro" para os ativos digitais e a tecnologia blockchain, exatamente por trazerem "benefícios mais diretos e relevantes para todos". Ela acredita que essas características tornam o segmento bastante diferente dos NFTs, "que tiveram uma explosão e depois despencaram".
"No futuro, quase todas as empresas, fintechs, bancos vão querer emitir a sua própria stablecoins. No Brasil, já estamos tendo conversas com instituições financeiras interessadas. Os principais heads de ativos digitais dessas instituições estão vendo o avanço regulatório, e aí tem a tranquilidade e segurança para o resto da instituição. As vantagens são claras e tem uma regulação que apoia esse tipo de desenvolvimento", resume.
Talarico comenta que a Polygon já tinha uma presença no Brasil com um time geral, voltado à America Latina, mas o projeto observou um crescimento relevante nos últimos anos, em especial nas áreas de stablecoins, pagamentos em blockchain e na tokenização de ativos do mundo real. Por isso, houve a conclusão de que era preciso ter um diretor voltado para a área.
"A ideia é estar mais próximo do mercado. A Polygon escolheu cinco jurisdições que foram consideradas as mais relevantes ao redor do mundo para ter a expansão, e o Brasil é uma delas sem dúvida, com um grande espaço e regulação evoluindo, muitas fintechs e players tradicionais lançando projetos relacionados a ativos digitais", conta.
O "foco número 1" da Polygon no Brasil serão as stablecoins, em especial as criptomoedas pareadas ao dólar. Entretanto, Talarico também pretende incentivar "qualquer tipo de finanças em estrutura blockchain".
"O principal foco nos primeiros 6 meses é em stablecoin, principalmente pelo grande crescimento que a gente tem visto globalmente. A Polygon tem parceria com as principais emissoras de stablecoins no Brasil e no mundo, e tem uma rede própria para esse tipo de transação, com custo muito baixo, velocidade muito alta, integração com os principais players do mercado", diz.
No longo prazo, ela também pretende desenvolver projetos de interoperabilidade em redes blockchains, em especial no desenvolvimento de liquidez entre redes.
"Tem um sentimento compartilhado para todos que acompanham esse mercado há mais tempo de que interoperabilidade não é simples. Tem uma fragmentação muito grande, principalmente de liquidez. Ainda depende das bridges, mas elas ainda não são fluidas. A Polygon se posiciona como um ecossistema de blockchain para fazer com que as transações sejam mais simples, ágeis e acessíveis para todo mundo, mas com segurança", afirma.
Ela pontua que essa visão reflete a própria evolução do projeto. Distante do auge da popularidade logo após o seu lançamento, a Polygon trouxe como grande inovação o foco de escalabilidade, que "já está bem mais resolvido" no ecossistema cripto. Agora, a rede "vê como problema cada vez mais presente a interoperabilidade. Então é um foco nosso".
Essa mudança também reflete um foco menor em NFTs, que dominaram os projetos iniciais da rede. "A Polygon foi muito forte com grandes nomes do mercado que começaram a experimentar com NFTs naquele boom, mas naturalmente foi percebendo o quanto a rede estava sendo muito utilizada para pagamentos, especialmente stablecoins. Houve mesmo um reposicionamento. Não somos contrários a NFTs, temos iniciativas, mas não é o foco do momento".
"A Polygon percebeu que está há 5 anos que tem segurança, ela mostra que é uma marca e rede que funciona, melhorando taxa, velocidade, escalabilidade. Então é um posicionamento que vejo com naturalidade. O futuro dos blockchains não é ter uma rede de propósito geral, mas sim um encaixe mais específico. E a evolução da Polygon para pagamentos e tokenização é bastante orgânica nesse sentido", comenta.
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