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Stablecoins: criptomoedas são nova tendência do mercado (Reprodução/Reprodução)
Editor do Future of Money
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 15h16.
As stablecoins foram descritas neste ano pelo presidente Donald Trump como a "maior revolução para as finanças desde a internet". Bancos como o JPMorgan, Bank of America e Goldman Sachs estudam criar as suas stablecoins próprias, e o Citi projeta que o segmento pode valer mais de US$ 1 trilhão até o ano de 2030.
Se você não sabe o que são as stablecoins, está na hora de saber. A classe de ativos é apontada como uma das principais tendências para o mercado financeiro nos próximos anos. É descrita, ainda, como a grande ponte que pode interligar o mundo das criptomoedas com as finanças tradicionais.
Por trás desse sucesso, está a capacidade desses ativos de transformar completamente a forma como operações transfronteiriças são realizadas atualmente. Além disso, a ligação com o dólar transformou as stablecoins em uma forma de exposição facilitada à moeda norte-americana. Com isso, o segmento tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil e no mundo.
As stablecoins são um tipo específico de criptomoedas que tem como principal característica a paridade com outro ativo. Isso significa que o valor da stablecoin é sempre estável, o que leva ao seu nome (moeda estável, em tradução livre). Por exemplo, 1 unidade de uma stablecoin de real sempre vai valer R$ 1.
Na prática, essas criptomoedas podem ser pareadas a diferentes tipos de ativos do mundo real: moedas fiduciárias, minérios como ouro e prata e até commodities agrícolas. Porém, o mais comum é que elas sejam pareadas ao dólar.
Hoje, as stablecoins de dólar equivalem a mais de 90% da capitalização de mercado do segmento, que superou os US$ 300 bilhões neste ano.
Com isso, as stablecoins mais famosas são as pareadas ao dólar. A maior é a USDT, da Tether, e a segunda maior é a USDC, da Circle. Há, ainda, criptomoedas pareadas ao real, ao euro e a outras moedas. Mas a lógica é sempre a mesma: 1 unidade da moeda sempre precisará ser equivalente a 1 unidade do ativo pareado.
As stablecoins surgiram em 2014 com uma proposta simples: facilitar a "entrada e saída" de capital no mercado de criptomoedas. À época, e durante muitos anos, investidores tinham dificuldades para converter investimentos em criptomoedas para moedas fiduciárias, e vice-versa.
A ideia, então, foi a de oferecer versões dessas moedas fiduciárias diretamente em redes blockchain, simplificando o processo. Com o tempo, essas criptomoedas também foram ganhando outras utilidades, conforme as suas vantagens foram sendo reconhecidas pelo mercado.
Por isso, as stablecoins hoje podem ser usadas em diversas operações financeiras: envio de remessas internacionais, pagamentos e transferências transfronteiriças e obtenção de exposição facilitada a moedas como o dólar. Esses casos de uso têm ganhado espaço devido à velocidade, simplicidade e eficiência dos ativos, com custos bem menores que o de instrumentos atuais para operações transfronteiriças e com processamento quase instantâneo.
A principal diferença entre uma stablecoin e uma criptomoeda está no valor dos ativos. No caso das criptomoedas, o preço tem uma variação constante a depender da dinâmica de oferta e demanda do mercado. É por isso, por exemplo, que o preço de 1 bitcoin saiu do zero para mais de US$ 114 mil nos últimos 15 anos.
Já no caso das stablecoins, o valor sempre precisará ser fixo, ou seja, 1 USDT sempre vale US$ 1. Para garantir isso, os emissores dessas criptomoedas são obrigados a manter reservas de ativos que garantem o valor e a paridade. É por esse motivo que as reservas são o elemento mais importante por trás de qualquer projeto de stablecoin.
Por outro lado, tanto as stablecoins quanto as criptomoedas contam com as mesmas características tecnológicas. Ambas são criadas, registradas e armazenadas em redes blockchain, o que acaba conferindo uma série de potencialidades comuns às duas classes do mercado cripto.
Cada unidade de uma stablecoin é criada e registrada em uma rede blockchain. A criação ocorre a partir da demanda dos usuários daquele ativo. A partir disso, é necessário que o emissor dos ativos tenha uma reserva equivalente de ativos - como unidades de bitcoin, títulos do Tesouro dos Estados Unidos ou até dólares adquiridos - que garantam que todas as unidades sempre terão o mesmo valor que o ativo pareado.
Em seguida, as stablecoins podem ser ofertadas em corretoras de criptomoedas ou outras instituições financeiras e disponibilizadas para o público. Os ativos também pode ser "queimados", processo que envolve, na prática, a conversão da criptomoeda na própria moeda fiduciária ou outro ativo ao qual estava pareado.
O mercado chegou a contar com projetos maiores de stablecoins algorítmicas, em que a paridade não era garantida por reservas de ativos, mas sim por uma lógica algorítmica complexa. Entretanto, elas perderam espaço no mercado após o colapso bilionário do ecossistema Terra/Luna.
Quando uma stablecoin perde a paridade com o seu ativo, o processo é conhecido no mercado como "depeg". Caso a paridade não seja mais recuperada, o ativo tende a perder toda a sua base de usuários e o seu valor.
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