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Editor do Future of Money
Publicado em 14 de maio de 2025 às 09h30.
Depois de anos no mercado, as inovações tornaram as stablecoins "úteis e aplicáveis", e agora chegou a hora de fortalecer e aprofundar o uso dessas criptomoedas. É o que afirma Catalina Tobar, head de soluções cripto da Visa América Latina e Caribe, em uma entrevista exclusiva à EXAME.
A executiva avalia que a recente disparada de popularidade das stablecoins, em especial aquelas pareadas ao dólar, está ligada às "inovações se tornaram significativas a ponto de serem úteis e aplicáveis. Basicamente, o que elas permitem, é transformar blockchain em um trilho de pagamento, trazendo dinheiro fiduciário e trazendo todos os benefícios e funcionalidades do blockchain, como atomização, programabilidade".
"No fim, as stablecoins acharam um eco, estão preenchendo um vazio, com todos esses benefícios, e aí conseguiram ganhar tração. Elas estão ressoando no mercado", resume. No caso da Visa, Tobar explica que a empresa considera importante "ter as fundações corretas no ecossistema, e o que temos visto é que a tecnologia amadurece e o ambiente regulatório também está amadurecendo, e aí vemos uma proliferação maior".
Ela acredita que o segmento "ainda está no início", com poucos países avançados em termos de adoção e regulação, mas destaca o Brasil como um exemplo positivo. Tobar afirma que o aprofundamento da adoção das stablecoins vai depender de "encontrar casos de uso reais para que a tecnologia blockchain melhore o ecossistema de pagamentos".
"Um dos valores de blockchain é conectar internacionalmente, e precisa que todos estejam no mesmo nível para isso. Mas ainda estamos no início", aponta. Junto com uma série de anúncios neste mês, a Visa revelou que já processou US$ 225 milhões em operações usando stablecoins. A meta agora é escalar "exponencialmente" o valor. Nos próximos dois anos, a promessa é chegar a US$ 1 bilhão.
"Quando a utilidade é encontrada, gera-se demanda. E agora a demanda está nas stablecoins. Isso vai continuar em 10, 15 anos? Não sabemos, mas agora elas estão ganhando uma tração significativa. A Visa continua comprometida com as stablecoins e investindo tempo e recursos em encontrar parceiros e expandir nossa rede, com novos casos de uso, escala e investindo em mais soluções criptonativas", explica.
Sobre os anúncios recentes da gigante de meios de pagamentos, Tobar diz que "a maior mensagem com esses anúncios é a importância e relevância que continuamos vendo nas stablecoins. Continuamos vendo o valor que elas trazem, em especial no ecossistema de pagamentos, e basicamente nosso negócio continua sendo, e com mais intensidade, entender como nós podemos impactar o ecossistema de stablecoins, de forma direta ou indireta".
A meta principal, resume é "aprofundar e fortalecer" o segmento e seu uso, mas sem "selecionar qual stablecoins é melhor". "Nós somos agnósticos sobre o tema, mas seguimos vendo valor nelas. Nós temos tido cada vez mais interesse de clientes, tanto de cripto quanto de fora".
"O que é muito poderoso é a combinação. É sobre oferecer uma forma mais simples de navegar entre o mundo fiduciário e cripto, com credencial, conversões. Outro nível de facilidade é a possibilidade de fazer transações com stablecoins. Sempre buscamos oferecer a melhor forma de pagar e ser pago", resume.
Sobre os anúncios, Tobar comenta que eles englobam um programa de conversão facilitada entre stablecoins e moedas fiduciárias, um projeto de infraestrutura blockchain para processamento de transações em stablecoins, inicialmente a USDC, um investimento na "orquestradora" de stablecoins BVNK para facilitar a conexão entre ativos e a expansão de uma plataforma de tokenização própria.
O último projeto - que chegou no Brasil em 2024, ainda com acesso limitado - permite que clientes criem as suas stablecoins próprias. "Queremos ajudar os nossos clientes a tokenizar o dinheiro. Conforme vemos cripto se aproximar das pessoas e empresas, é importante ter a possibilidade de oferecer soluções nativas para quem quer entrar em blockchain", explica Tobar.
A ideia também é que todas essas novidades se expandam em algum momento pela América Latina, que segundo a executiva "segue sendo uma região em que players globais continuam querendo ter uma presença. O que temos visto é cada vez mais adoção, novos casos de uso que estão cada vez mais próximos das pessoas. Estamos começando a ver cada vez mais casos de uso se tornando cada vez mais parte do dia a dia das pessoas".
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