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Stablecoins têm eficiência nunca antes vista, diz empresa que quer substituir o Swift

Em entrevista à EXAME, líder da Conduit no Brasil explica as vantagens das stablecoins em transferências e pagamentos internacionais

Conduit: empresa chega ao Brasil com foco em stablecoins, um tipo de criptomoeda (Conduit/Divulgação)

Conduit: empresa chega ao Brasil com foco em stablecoins, um tipo de criptomoeda (Conduit/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 4 de setembro de 2025 às 11h15.

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Criado em 1973, o Swift é, até hoje, a infraestrutura dominante quando o assunto é a realização de transferências e pagamentos internacionais. Mas a tecnologia blockchain pode trazer a principal ameaça para a rede até hoje. Um dos representantes desse movimento é a Conduit, que resume o seu objetivo em poucas palavras: "Substituir o Swift".

É o que afirma Sofia Düesberg, general manager da Conduit no Brasil, em entrevista exclusiva à EXAME. Ela explica que a Conduit é uma empresa criada e regulada nos Estados Unidos que tem como foco a área de pagamentos internacionais, e mais especificamente como modernizar e baratear processos a partir do uso da tecnologia blockchain.

Para isso, as stablecoins, que são criptomoedas pareadas a outros ativos, como o dólar, se tornaram um canal central de atuação da empresa. "Nosso objetivo é substituir o Swift, porque a gente sabe o quanto ainda é doloroso usá-lo. Não é fácil, tem taxas altas, demora e tem mais de 50 anos de existência", ressalta.

Do Swift às stablecoins

Düesberg comenta que o Swift funciona como um sistema de troca de mensagens entre bancos ao redor do mundo. Na prática, porém, ele é um "sistema arcaico de comunicação". "Para um banco brasileiro fazer um pagamento em Hong Kong, precisa usar vários bancos correspondentes para chegar até lá, pagando taxa para cada um. É isso que resulta na demora e no custo elevado de uso".

"Já os sistemas bancários regionais costumam ser o contrário e funcionam muito bem. É o caso do Pix, mas cada país ou região tem o seu próprio. Buscamos conectar esses sistemas a partir das stablecoins", resume.

Segundo a executiva, as stablecoins têm a capacidade de conectar sistemas de pagamentos de regiões distantes. Com isso, trazem "uma eficiência nunca vista antes para pagamentos internacionais". Hoje, o uso dessas criptomoedas envolve o que ela chama de "sanduíche de stablecoin".

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O valor é enviado em uma moeda fiduciária para uma corretora ou empresa de cripto que, então, converte a moeda em uma stablecoin pareada ao dólar. Em seguida, essa stablecoin é "queimada" e convertida no mesmo valor, mas em outra moeda fiduciária de destino final da transferência. Ou seja, as moedas fiduciárias são o pão e a stablecoin, o recheio.

As stablecoins surgiram há anos no mercado cripto, inicialmente com um foco de facilitar a entrada e saída desse mercado e transferências de valores usados para comprar ativos ou então os lucros embolsados. Desde 2024, porém, o segmento tem tido um crescimento acelerado e despertado cada vez mais o interesse de grandes instituições tradicionais.

Para Düesberg, essa evolução mostra que as stablecoins são o "caso de uso que conectou com o mundo tradicional de verdade com cripto, é o que traz um benefício direto para empresas, cidadãos".

Um avanço importante para o segmento, afirma, é a aprovação de uma regulação específica para essas criptomoedas nos Estados Unidos, o Genius Act. A medida gerou uma "clareza no mercado e atrai ainda mais players. Os bancos tradicionais também estão ficando favoráveis, e no Brasil a regulação também está avançando".

No caso do Brasil, ela destaca que "91% do uso de cripto é de stablecoins. Elas realmente vêm para trazer um caso de uso prático. É diferente do bitcoin e outras criptomoedas, hoje elas ainda são mais para investimento, ter exposição a um ativo em que acredita. As stablecoins são mais uma ferramenta que auxilia a fazer um pagamento transfronteiriço ou ter uma exposição ao dólar".

Para a executiva da Conduit, o próximo grande passo desse segmento deve ser o chamado "câmbio onchain", em que será possível ter uma moeda fiduciária tokenizada e convertê-la em outra moeda tokenizada de valor equivalente, sem passar por intermediários e eliminando a lógica do "sanduíche". "É um fluxo todo em blockhain", resume.

Conduit no Brasil

Düesberg diz que a Conduit nasceu como um "produto bem focado em stablecoins, fazendo a conversão para fiduciárias". Com o tempo, a empresa percebeu que "a dificuldade maior das empresas era realmente fazer o pagamento final no banco, essa é a complexidade hoje". E que era possível usar as criptomoedas para resolver essa questão.

No Brasil, o foco da empresa está exatamente em oferecer às empresas o uso de stablecoins para pagamentos e transferências internacionais, compreendendo que os investidores pessoa física já são bem-atendidos pelas soluções locais.

A executiva pontua que o ganho de escala das stablecoins, e das empresas que oferecem serviços com esses ativos, depende de um movimento duplo: de um lado, uma liquidez maior para realizar as operações; do outro, a necessidade de haver uma demanda concreta de mais empresas. Por enquanto, ainda não está claro o que virá primeiro.

Entretanto, ela resume a missão da empresa como "descentralizar, de maneira segura, e conseguir retirar intermediários, dando mais eficiência e automação".

Ela pontua que a Conduit também quer ter uma stablecoin própria para cada país em que opera. No momento, porém, a empresa adota uma postura agnóstica, trabalhando com diversos tipos de stablecoins existentes no mercado.

"Com a regulação nos EUA, cada banco começa a cogitar ter a própria stablecoin. A gente acha que, no fim do dia, com certeza as stablecoins mais pioneiras, as primeiras do mercado, vão ter a maior liquidez. Se o mercado em geral está mudando para um cenário mais em blockchain, pode ser interessante ter várias, porque aí tem um espaço de conversa entre essas stablecoins. Ainda estamos observando essa evolução", avalia.

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