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Visa: diretora de cripto fala sobre avanço das stablecoins (Visa/Divulgação/Divulgação)
Editor do Future of Money
Publicado em 19 de setembro de 2025 às 11h30.
Última atualização em 19 de setembro de 2025 às 11h30.
As stablecoins trouxeram um "caso de uso real" para as criptomoedas, indo além do mundo dos investimentos, e por isso não são apenas um novo hype do mercado. É o que afirma Antônia Souza, diretora de Cripto da Visa para a América Latina e Caribe, em uma entrevista exclusiva à EXAME durante o evento Meridian 2025.
Souza é um dos nomes confirmados para o Especial Dólar Digital, evento gratuito realizado pela EXAME em 22 de outubro que reunirá especialistas para discutir o potencial e papel das stablecoins no mercado financeiro global. Para ela, esses ativos serão capazes de inovar o mercado.
Ela ressalta que a Visa desenvolve ações com criptomoedas e a tecnologia blockchain há alguns anos, mas houve uma intensificação recente em termos de parcerias e investimentos que "tem mostrado muito o apetite da Visa para esse mercado. Nós não escolhemos campeões, mas entendemos que temos que seguir oferecendo o melhor meio para pagar e ser pago, e adicionamos as stablecoins a isso".
A diretora da Visa destaca que o mercado de criptomoedas tradicional opera em ondas, refletindo os próprios ciclos de alta e queda de preços. "Desde que cripto nasceu, estava muito atrelado a uma falta de casos de uso reais. As pessoas compravam pensando que ia valorizar e iam ganhar dinheiro, mas não para usar em operações do dia a dia".
Esse cenário mudou com as stablecoins. Para Souza, elas "resolvem um problema que já existia quando cripto foi criado ao oferecer uma rede sempre online para pagamentos. Os trilhos tradicionais já tem uma dificuldade, e por isso as stablecoins vêm resolvendo problemas reais. Quando tem um produto que resolve o problema real do mercado, a adesão fica muito facilitada".
"Não é algo que surgiu de nada, ou só mais um hype, é um produto que de fato resolve o problema do mercado e tem potencial de trazer novos produtos e inovação para o mercado", afirma. Além disso, ela destaca o avanço significativo da regulação desses ativos, em especial nos Estados Unidos, com a sanção do chamado Genius Act em julho.
Souza diz que "a movimentação da regulação traz mais clareza de como pode fazer, emitir stablecoin, qual reserva precisa ter. E isso faz com que o mercado ganhe tranquilidade, um guia de como seguir. Acho que estamos vendo agora um movimento similar à aprovação das leis de proteção de dados, com os países entendendo a lei dos EUA e se adaptando".
A Visa já liquidou mais de US$ 225 milhões em transações envolvendo stablecoins e tem integrado os ativos em seus produtos, englobando quatro stablecoins - três pareadas ao dólar e uma, ao euro. O foco da empresa, explica a diretora, é ter uma "solução agnóstica, em que possamos entender a demanda e trazer novas stablecoins".
Exatamente por isso, ela diz que a inclusão de novas stablecoins, em especial pareadas a outras moedas como real, dependerá de demanda do mercado. "Temos visto um movimento novo de criação de stablecoins de outras moedas, mas é cedo para cravar o futuro. É provável que vejamos novas movimentações, e o mercado ainda é muito inicial. Não podemos dizer que vai ser de um jeito ou se só o dólar vai ser usado. A stablecoin tem um uso que independe de qual moeda está pareada".
Souza também destaca que a Visa pretende intensificar a adoção das stablecoins no lado do varejo. Ela ressalta que o segmento corresponde hoje a apenas 1% de todas as operações com esses ativos, mas que o potencial é expressivo na área de meios de pagamento.
"A missão principal é fazer com que as tablecoins não sejam usadas só por institucionais. Tem um mercado de varejo gigante e trabalhamos com comerciantes, queremos que eles possam receber em stablecoins. É um mercado a ser explorado, e os cartões são a solução para isso", diz.
Segundo a executiva, a união entre as stablecoins e cartões de crédito facilita a experiência dos usuários e resulta em "menos desculpas para não usar" os ativos. Ela acredita, porém, que é preciso que tanto as empresas de cripto quanto os bancos tradicionais adotem essa solução para que o uso no varejo realmente ganhe escala.
Além disso, Souza avalia que a jornada de adoção das stablecoins também reflete um movimento necessário de adaptação e mudança no mercado de criptomoedas para ganhar escala. "A medida que vai adentrando em novos mercados, o setor vai precisar se adaptar. A mesma coisa acontece com a Visa, em cada região precisa atender a sazonalidade específicos. Olhando esse lado, consigo entender que o mercado de cripto também vai ter adaptações a regiões e necessidades do mercado".
"Quero que, no final do dia, tenha cada vez mais pessoas entendendo o que é cripto e utilizando esses ativos, além de entender a forma de trazer o melhor da tecnologia para mais pessoas", diz.
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