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'Toda fintech vai ser uma empresa de cripto', diz sócio do BTG Pactual em evento de blockchain no RJ

Executivos do BTG Pactual, Itaú, Ripple, Redot Pay e Azify debateram o futuro da integração do mercado financeiro tradicional às stablecoins e blockchain

 (Heitor Pinheiro/Divulgação)

(Heitor Pinheiro/Divulgação)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 8 de agosto de 2025 às 09h30.

Última atualização em 8 de agosto de 2025 às 10h11.

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Na última quinta-feira, 7, ocorreu o último dia do Blockchain.RIO, evento dedicado a debater a tecnologia no Rio de Janeiro. Durante o painel “Stablecoins e adoção em massa: o futuro dos pagamentos globais”, executivos de bancos e grandes empresas do setor comentaram sobre o potencial das stablecoins, criptomoedas que acompanham o valor de outros ativos, geralmente o dólar. Elas já movimentaram mais que a Visa e a Mastercard juntas e, segundo um relatório do Standard Chartered, podem criar um mercado de US$ 2 trilhões até 2028.

Para André Portilho, sócio e head de Digital Assets no BTG Pactual, “toda fintech vai ser uma empresa de cripto” graças às stablecoins e seu potencial de integração com as finanças tradicionais. O executivo participou do painel no Blockchain.RIO, mediado por Mariana Maria Silva, editora do Future of Money na EXAME.

“Vejo como um processo normal de integração de novas tecnologias no mercado tradicional. Antigamente, quando começou a ter e-commerce, tínhamos o e-commerce e as empresas tradicionais, mas com o tempo deixou de haver essa distinção. Acredito que vai acontecer o mesmo com o mercado de stablecoins e os canais de cripto na indústria tradicionais. Em breve, tudo isso vai estar integrado e nem vamos lembrar que um dia foi separado”, disse.

“O que define se isso vai acontecer ou não é se a nova tecnologia traz de fato benefícios materiais em relação à tecnologia anterior, e eu acredito que stablecoin traz isso. Temos ganhos de eficiência, segurança e custos. Então em um futuro não tão distante, tudo vai estar integrado. Toda fintech vai ser uma empresa de cripto, e quem não se adaptar a isso vai ficar pelo caminho”, acrescentou.

No entanto, José Augusto Antunes, head de Digital Assets do Itaú, afirmou que ainda existem empresas relutantes na adoção à tecnologia blockchain. Apesar disso, ele acredita que o cenário deve se adaptar a essas mudanças em “um ou dois anos”.

“Quando o Uber chegou no Brasil, foi taxado como uma solução de nicho para clientes de maior poder aquisitivo. Até o momento que a Uber percebeu que estava se tornando popular e abriu opções de carros mais baratos e novos modelos de negócio, gerando disrupção em toda a indústria de mobilidade, se tornando um gigante do setor. Acredito que as stablecoins vão pelo mesmo caminho. A partir do momento em que tivermos um uso popular, as instituições vão ter que se adaptar muito rápido. Acreditamos em um mercado mais adaptado à essas novidades em um ou dois anos”, disse ele.

“Nos acostumamos com pagamentos instantâneos, e as stablecoins ajudam muito para que isso aconteça em escala global. O Pix trouxe a instantaneidade para as transações no Brasil. Queremos mais produtos relacionados a esse fator e isso complementa o caso de uso das stablecoins”, acrescentou.

Benefícios e alta demanda

Durante o painel, executivos mencionaram uma forte demanda por produtos de stablecoins em suas empresas. Enquanto o BTG e Ripple possuem suas stablecoins próprias, BTG Dol e RLUSD, Itaú, Redot Pay e Azify também trabalham em iniciativas no setor.

“As stablecoins ajudaram na integração do mercado blockchain às finanças tradicionais. A menor volatilidade, eficiência e segurança desse tipo de ativo colaborou para este aumento na demanda. A Ripple emitiu uma stablecoin própria, o RLUSD, justamente por isso. A empresa é uma fornecedora de infraestrutura para o mercado tradicional, que queria entrar em cripto, mas com as stablecoins como porta de entrada”, disse Maria Isabel Carvalho, diretora de políticas públicas e regulação para América Latina na Ripple.

“Tradicionalmente, as empresas criam os produtos e tem que convencer os usuários e clientes de que esse é um bom produto. Agora as stablecoins vieram por outro caminho. Cripto surgiu como algo estranho às finanças tradicionais, mas os clientes começaram a pedir. Por isso, é inevitável que vejamos mais produtos dessa tecnologia, e com maior clareza regulatória”, disse Victor Mendes, country manager da Redot Pay no Brasil.

Já Gustavo Siuves, Chief Revenue Officer da Azify, acrescentou que o potencial do mercado de stablecoins não se resume apenas às moedas que acompanham o valor do dólar, como USDC, USDT, BTG Dol e RLUSD:

“As stablecoins locais vão ganhar bastante força nos próximos anos. Falamos muito de USDT e USDC, muito porque o dólar é o produto. Mas no Brasil já temos BRZ, BRL1, BRLA, e é uma camada da tecnologia que abre novas possibilidades para a integração com o mercado tradicional”, disse.

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