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Especialista em criptoativos
Publicado em 1 de novembro de 2025 às 11h00.
Novembro começa carregando a perspectiva de renovação dos ânimos, abatidos por um outubro difícil no mercado cripto.
Todos esperavam que a tradição do Uptober (outubro historicamente bullish para o bitcoin) se perpetuasse, mas o décimo mês deste 2025 surpreendeu: entregou menos ganhos e mais lições.
Enquanto outubros anteriores registraram ganhos médios de 20%, com performances expressivas como as de 2013 (+60%), 2017 (+50%) e 2021 (+40%), um bull market um tanto atípico escreve uma história diferente, incluindo um flash crash com o maior volume de liquidações já registrado em um único dia: mais de US$19 bilhões no último dia 10.
A semana foi marcada por uma nova reunião do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), na quarta (29).
Durante o encontro, o Fed anunciou o que já se esperava (e se precificava): um corte de 25 pontos-base nos juros, ajustando a taxa para 3,75%–4% ao ano.
Sem novidade real, faltou combustível para empurrar o preço. O mercado já estava olhando mais adiante: o que vem agora?
Somado a isso, estão as declarações de Jerome Powell, durante coletiva pós-FOMC, de que autoridades do BC americano encontram dificuldades para chegar a um consenso sobre o futuro da política monetária. Assim, aumenta a incerteza sobre um novo corte até o fim do ano.
Em paralelo, no campo geopolítico, as relações comerciais entre EUA e China avançaram com novos acordos entre o presidente americano, Donald Trump, e Xi Jinping, da China. Isso inclui:
Embora positivos, esses acordos também já eram esperados pelo mercado e não trouxeram um impulso imediato de confiança aos investidores.
Apesar de um outubro que desafiou a história cripto, há fatores concretos que podem favorecer uma recuperação nas próximas semanas:
Encerrar o QT significa parar de drenar essa liquidez, movimento que alivia as condições financeiras e tende a criar um ambiente mais propício para ativos de risco como cripto.
Essa recente descompressão nos acordos comerciais, principalmente com a China, como vimos, diminui parte da incerteza que pesa sobre os preços.
Não é porque outubro quebrou a tradição que este mês também quebrará. Novembro costuma ser apelidado de Moonvember, por conta de seu desempenho robusto no quarto trimestre.
E não se trata de lenda, é estatística. Historicamente, é um mês com probabilidade elevada de recuperação para o bitcoin.
Considerando o período desde 2013, os retornos médios de novembro ficam na casa dos 46%. Isso ajuda a explicar por que o quarto trimestre costuma concentrar as maiores altas, em média cerca de 78% entre outubro e dezembro (Q4), segundo dados do CoinGlass.
Nos anos recentes, o Q4 trouxe movimentos robustos, aproximadamente +57% em 2023 e +48% em 2024, enquanto 2013 registrou uma valorização explosiva próxima de 480% entre outubro e dezembro.
Mesmo em ciclos de baixa, como 2018 (-42,16%) e 2022 (-14,75%), essas quedas foram exceções ao desempenho histórico. No geral, o último trimestre do ano tende a apresentar movimentos significativos, com média de +78% no Q4 desde 2013.
Se a história for um guia, não seria surpreendente ver um repique em novembro, com cenários otimistas projetando o BTC em direção aos US$150 mil até o fim do ano.
Antes da fala de Powell esta semana, o mercado estimava em 94% a probabilidade de um novo corte em dezembro, segundo dados da CME FedWatch. No momento em que escrevo, a projeção caiu para 63%.
Se o corte se concretizar, seria um sinal verde para assumir mais risco, indicando que a torneira da liquidez global vai seguir aberta. Juros menores nos EUA tendem a enfraquecer o dólar e direcionar capital para ativos de risco em busca de retornos mais interessantes.
Agora, se o Fed segurar os juros, o mercado pode interpretar como um freio no estímulo monetário, o que poderia manter a volatilidade no curto prazo. A dúvida sobre o ritmo dos cortes explica parte da cautela atual dos investidores.
Os dados on-chain continuam sustentando a estrutura de alta, mesmo com sinais de que o bull market pode estar em uma fase mais madura, e é justamente esse contexto que transforma os momentos de pressão nos preços em janelas interessantes para comprar cripto com desconto.
A estratégia agora deve ser seletiva: foque em ativos realmente fundamentados, com tecnologia comprovada, adoção concreta e capacidade de resistir a testes de estresse de mercado. São esses projetos que tendem a se recuperar mais rápido e oferecer menor risco.
Mas comprar bem é só metade do caminho. No estágio atual do ciclo, ter um plano de saída definido e fazer realizações estratégicas de lucros é tão importante quanto a entrada.
Conforme o mercado avança a novos patamares, saber quando e como realizar ganhos parcialmente será fundamental para capitalizar os resultados e proteger o patrimônio acumulado.
E não subestime o poder do caixa reservado.
Com uma nova pernada de alta se desenhando, manter capital disponível será fundamental para você aproveitar as oportunidades desse movimento, seja para reforçar posições ou entrar em outros projetos que se mostrarem atrativos.
O momento, portanto, pede ação consciente: use as correções para acumular qualidade, se discipline para realizar lucros no timing certo e preserve liquidez para os próximos capítulos do ciclo. A paciência segue sendo a maior aliada do investidor.
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