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Editor do Future of Money
Publicado em 30 de abril de 2025 às 12h04.
A Wormhole, organização especializada em infraestrutura Web3, e o Mercado Bitcoin anunciaram nesta quarta-feira, 30, uma parceria que marca a chegada da Wormhole ao mercado brasileiro. O objetivo do movimento é expandir o segmento de tokenização de ativos, mirando movimentar R$ 1 bilhão ainda em 2025.
Em entrevista exclusiva à EXAME durante o Web Summit Rio 2025, Dan Reecer, cofundador da Wormhole, disse que o objetivo da fundação é "ajudar negócios, tradicionais ou de cripto, a escalar. Pensamos nisso em todos os blockchains, ter esse alcance amplo". O projeto chegou ao Brasil em novembro, mas vai intensificar a presença no país neste ano.
"O nosso foco está na tokenização de ativos. Começamos nos Estados Unidos e agora caminhamos para o Brasil também", comenta. No caso da parceria com o Mercado Bitcoin, Reecer disse que os principais objetivos são "aumentar os ativos sob gestão o mais rápido possível e o máximo possível", destacando o crescimento em fundos de crédito privado.
Reecer afirma que, no caso do mundo das criptomoedas, é preciso "ser capaz de lançar produtos globalmente", o que exige uma rede ampla e a capacidade de usar diferentes blockchains. A parceria da Wormhole com o Mercado Bitcoin busca viabilizar essa escala.
"Nós estamos conectados a 40 blockchains, que correspondem a 97% de todo o volume em blockchains. O mercado vai ter milhares de blockchains, alguns públicos e outros privados, mas sempre vai ter uma concentração em poucos. Tudo acontece hoje na Solana, Ethereum, Base e alguns outros", diz.
Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, pontua que a empresa tem atuado na área de tokenização de ativos desde 2019, inicialmente em dívida pública e depois privada. "Cada um desses casos tem uma característica que nos obriga a usar uma determinada rede, e isso onera bastante o time, a gestão", pontua.
"A solução da Wormhole traz muitos benefícios pra gente e facilita focar naquilo que é mais importante para o negócio: levar um ativo do mundo real para o digital, sem plugar em todas as redes para atender a situações específicas. A ideia é tirar fricção do processo de distribuição e colocação dos tokens no mundo", afirma.
Rabelo espera que a parceria ajude a "crescer esse mercado de ativos", trazendo mais eficiência em processos tanto dentro quanto fora de blockchains, além de facilitar um cumprimento às regulações sobre o tema. Nesse sentido, ele vê o mundo de finanças descentralizadas (DeFi) como o futuro.
"DeFi é uma solução para o futuro que ainda não tem capacidade de entregar uma aplicação que atendas as pessoas nesse momento. Ainda exige conhecimento técnico para fazer a alocação e liquidação, mas logo mais vai fazer parte do dia a dia dos investidores também", projeta.
Sobre a regulação de ativos tokenizados, Rabelo defende que "a regulação bem feita acelera o desenvolvimento do país. A gente viu isso acontecer no Brasil, com as regras de IP em 2013, e não tenho dúvidas que foi um dos elementos mais importantes para ter grandes fintechs, até no cenário global. A regulação veio no tamanho certo, trouxe segurança e credibilidade sem onerar no início da jornada".
"Para tokenização, podemos ter a mesma oportunidade. Se tiver discussão, como temos tido, com CVM para construir um arcabouço que não seja tão pesado e oneroso. Hoje, usamos emprestados as regras de crowdfunding que já funciona muito bem. Graças a cripto, virou um mercado que movimento mais de R$ 1,5 bilhão", disse.
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