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Apple ganha US$ 180 bilhões com trégua tarifária entre EUA e China; ações sobem

Acordo entre as duas maiores economias do mundo traz um alívio significativo para empresas como a Apple, que têm grande exposição ao mercado chinês

Publicado em 13 de maio de 2025 às 07h57.

As ações da Apple (AAPL) subiram mais de 6% na segunda-feira, 12, após a notícia de que os Estados Unidos e a China haviam firmado uma trégua histórica em sua prolongada guerra comercial.

Com o anúncio, a gigante da tecnologia viu sua capitalização de mercado aumentar em impressionantes US$ 180 bilhões, alcançando agora cerca de US$ 3,15 trilhões.

O acordo entre as duas maiores economias do mundo traz um alívio significativo para empresas como a Apple, que têm grande exposição ao mercado chinês. A principal medida do pacto foi a redução das tarifas recíprocas de 125% para 10%, uma mudança crucial para o setor de tecnologia.

Em uma coletiva no Salão Oval, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu o acordo como uma vitória para os EUA, afirmando que a China havia “sofrido muito” com as tarifas e que o alívio econômico seria bem-vindo. “Eles estavam fechando fábricas e enfrentando grande instabilidade. Agora, eles estão muito felizes em fazer algo conosco”, disse Trump.

A notícia causou uma grande reação no mercado, com o S&P 500 subindo 3,26%, impulsionado pela performance das empresas de tecnologia. Na segunda, Apple e Amazon (AMZN) foram as que mais se destacaram, com as ações da Apple subindo 6,3% e as da Amazon avançando 8,07%.

A Apple e o impacto da guerra comercial com a China

A Apple tem sido uma das empresas mais afetadas pela guerra comercial, já que grande parte de sua produção de iPhones, iPads e Apple Watches ocorre na China.

Com as tarifas elevadas impostas por Trump, a empresa viu suas margens de lucro pressionadas, especialmente por conta da elevada dependência de sua cadeia de suprimentos asiática.

Estudos anteriores indicaram que as tarifas poderiam cortar até 7% dos lucros da Apple, representando uma perda de US$ 8,5 bilhões em 2026. Além disso, a empresa também está avaliando aumentos de preços para seus novos modelos de iPhone, embora tente evitar que isso seja atribuído diretamente às tarifas dos EUA.

Depois do acordo, a Apple continuará a enfrentar tarifas sobre componentes fabricados na China, com uma taxa de 30% sobre alguns produtos, e uma tarifa de 10% sobre itens montados em outros países, como Índia e Vietnã.

O compromisso de Tim Cook com os EUA

Durante a coletiva na segunda, Trump fez questão de mencionar a Apple, revelando que havia conversado com o CEO da empresa, Tim Cook, que teria se comprometido a investir US$ 500 bilhões para expandir a produção nos Estados Unidos.

Trump indicou que Cook estaria "aumentando seus números" e "construindo muitas fábricas" no território americano.

Embora o compromisso tenha sido feito anteriormente, analistas alertam que a mudança na linha de produção da Apple será gradual e pode resultar em aumento de custos no curto prazo. A empresa, no entanto, não comentou publicamente sobre o impacto imediato do acordo ou sobre as mudanças previstas para suas operações.

Com o alívio das tarifas e o contínuo progresso nas negociações comerciais, o mercado permanece otimista quanto ao futuro da Apple e de outras gigantes tecnológicas, à medida que o cenário de tensão entre EUA e China parece ter amenizado.

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