Repórter
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 18h13.
Última atualização em 29 de outubro de 2025 às 18h45.
A Microsoft divulgou seus resultados do primeiro trimestre após o fechamento do mercado na quarta-feira, superando as expectativas dos analistas tanto em receita quanto em lucro, com seu negócio de nuvem continuando a apresentar um ótimo desempenho.
No trimestre, a Microsoft registrou receita de US$ 49,1 bilhões com serviços de nuvem comercial, aumento de 26% em relação ao ano anterior e superando as expectativas dos analistas de US$ 48,6 bilhões. A empresa teve aumento de 40% na receita da sua unidade de negócios de nuvem Azure.
Investimentos em bens de capital aumentaram 74% em relação ao ano anterior, para US$ 34,9 bilhões. Aproximadamente metade desse valor, segundo a empresa, foi relacionada a GPUs e CPUs para atender à demanda do Azure, seu serviço de nuvem. As ações caíam mais de 2% no pós-mercado. No ano, porém, os papéis apresentam alta de 28%.
A receita total aumentou 18% no primeiro trimestre fiscal, passando de US$ 65,6 bilhões para US$ 77,7 bilhões. O lucro líquido subiu para US$ 27,7 bilhões, ou US$ 3,72 por ação, ante US$ 24,67 bilhões, ou US$ 3,30 por ação, no mesmo período do ano passado.
Os resultados da Microsoft foram divulgados num momento em que os serviços do Azure se recuperam de uma interrupção ocorrida nesta quarta-feira, que afetou empresas em todo o mundo. Na semana passada foi a AWS, da Amazon, que também passou por instabilidades.
A receita da divisão de Nuvem Inteligente da Microsoft, que inclui as vendas do Azure, atingiu US$ 30,9 bilhões. Wall Street esperava US$ 30,2 bilhões.
A nuvem continua sendo o principal motor de crescimento da Microsoft, já que o negócio se mostrou um dos grandes beneficiários do crescimento da IA. No último trimestre, a Microsoft divulgou, pela primeira vez, o tamanho de seu negócio de infraestrutura de nuvem Azure em dólares. A empresa afirmou que a receita no ano fiscal de 2025 proveniente do Azure e de outros serviços em nuvem saltou 34% em relação ao ano anterior, para mais de US$ 75 bilhões.
O segmento de Produtividade e Processos de Negócios da Microsoft, que engloba o Office e o LinkedIn, apresentou receita de US$ 33 bilhões no primeiro trimestre, acima da previsão de consenso de US$ 32,33 bilhões entre os analistas da StreetAccount.
A unidade de Computação Mais Pessoal, que inclui o Windows, publicidade em mecanismos de busca, dispositivos e videogames, registrou um crescimento de 4% na receita, atingindo US$ 13,8 bilhões. Esse valor superou a estimativa de consenso da StreetAccount, de US$ 12,83 bilhões.
Os resultados vieram depois que Microsoft e OpenAI anunciaram termos de um acordo reformulado que permitirá à desenvolvedora do ChatGPT avançar com os planos de transformar sua estrutura numa empresa de benefício público com fins lucrativos, mas controlada por sua organização sem fins lucrativos.
Pelo novo acordo, a Microsoft terá 27% do OpenAI Group PBC, avaliado em aproximadamente US$ 135 bilhões, enquanto o braço sem fins lucrativos da OpenAI deterá uma participação de US$ 130 bilhões na empresa com fins lucrativos.
Inicialmente, a Microsoft era a única provedora de serviços em nuvem para a OpenAI, mas as duas empresas concordaram em permitir que a OpenAI utilizasse outras empresas para expandir sua capacidade - com a Microsoft tendo preferência. Isso permitiu que a OpenAI se unisse à Oracle para construir seus data centers do Projeto Stargate.
Agora, nos termos do novo acordo, a Microsoft perde o direito de preferência, embora a OpenAI tenha se comprometido a investir US$ 250 bilhões na Azure.