Denis Tassitano, vice-presidente regional na SAP responsável pela solução Concur na América Latina e Caribe
Redatora
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 11h16.
Denis Tassitano é hoje vice-presidente regional na SAP responsável pela solução Concur na América Latina e Caribe, além de vice-presidente responsável por essa linha de negócios na região da SAP.
Atua em uma das maiores empresas de software do mundo e construiu a carreira conectando pessoas, times e clientes em projetos de tecnologia, vendas e inovação.
Mesmo nesse topo da liderança, decidiu voltar para a sala de aula. Em vez de buscar “mais do mesmo”, escolheu um programa de altíssimo nível, o SEER — Cursos para C-Levels, Conselheiros e Empreendedores da Saint Paul.
Ele conheceu o programa por meio do Instituto Pactuá, organização voltada a executivos negros em parceria com a Saint Paul. “Eu sempre gostei de me capacitar, mas não queria um curso só para agregar no currículo”, conta.
O que o convenceu foi justamente o que fugia do padrão, uma grade com neurociência, psicanálise, filosofia, história e inteligência artificial, pensada para quem toma decisões em mundo de disrupção.
Denis não escolhe um único módulo favorito e diz que todos marcaram. Mas admite que a neurociência o impactou de forma especial, justamente por ser algo inesperado em um programa para C-level.
Num ambiente em que o usual seriam conteúdos repetidos de gestão e estratégia, o High Impact Program propôs um outro caminho. As disciplinas pareciam, em um primeiro momento, desconectadas.
“Às vezes você não entende por que está tendo aquela aula”, ele conta. A diferença aparece depois, quando uma começa a se conectar com a outra, formando um quadro único sobre como as pessoas pensam, sentem, reagem e decidem.
A combinação de neurociência, psicanálise, filosofia, história e inteligência artificial deu a ele uma base nova para entender o mundo que está mudando – e o impacto disso nas empresas de tecnologia, como a própria SAP, que trabalha com soluções disruptivas.
O curso trouxe uma espécie de “distanciamento lúcido” em relação à disrupção. Muitas vezes, afirma, quem está no meio da transformação tende a normalizar o cenário. Ele também ajudou a perceber que nem tudo é natural ou inevitável, e que entender isso muda a forma de agir.
Ele relata que, depois das aulas, passou a ter mais clareza sobre:
O que antes era vivido como algo apenas “natural” passou a ser visto com mais consciência.
Além da carreira em tecnologia, Denis é autor de livros. Seu terceiro título, “Power Hub”, é dedicado ao tema networking e carrega de forma direta a influência do curso da Saint Paul.
Ele conta que o livro tem muito de neurociência, filosofia e história, justamente porque buscou embasar o tema de forma técnica e científica, a partir dos conteúdos vistos no programa.
O networking que defende ali não é transacional, baseado em troca imediata, mas algo mais amplo:
No “Power Hub”, Denis também apresenta exercícios práticos para tirar o networking do discurso “bonito” e levá-lo para a ação, tanto no presencial quanto no digital.
Um dos pontos altos, para ele, foi o relacionamento construído dentro do programa, inclusive com a participação de José Cláudio Securato com um depoimento no livro, fruto do networking que nasceu no curso.
Denis Tassitano, vice-presidente regional na SAP responsável pela solução Concur na América Latina e Caribe
Entre os exercícios que criou e repete em apresentações, Denis destaca um que considera fundamental: o da gratidão aplicada ao networking.
O passo a passo é simples, mas exige intenção:
Pode ser alguém com quem você não fala há 5, 10, 20 ou 30 anos. A chave, segundo ele, é estabelecer contato sem pedir nada em troca, apenas para reconhecer o impacto que aquela pessoa teve.
O exercício está no livro, nas suas palestras e na sua rotina. É, ao mesmo tempo, uma prática de autoconhecimento e de reconstrução de laços.
Denis não vê oposição entre networking presencial e online: enxerga complementaridade. Em uma cidade como São Paulo, diz ele, o digital é essencial para driblar trânsito, agendas cheias e distâncias.
Ferramentas como WhatsApp, e-mail, Teams e Zoom permitem manter o contato vivo mesmo quando a presença física não é possível.
Ele ilustra com cenas do cotidiano:
Tudo isso são formas de nutrir relações. Ainda assim, ele faz uma distinção importante: estar junto, olho no olho, é diferente. Nem sempre é viável, mas continua sendo um objetivo.
O modelo ideal, para Denis, é justamente esse equilíbrio entre nutrir vínculos online e fortalecê-los no presencial sempre que possível.
Perguntado sobre para quem indicaria o High Impact Program, Denis responde em duas camadas. Na prática, já recomendou o curso para conselheiros e C-level, e considera que, para esse público, o programa é fundamental ao trabalhar habilidades que muitos líderes já possuem, mas nunca tinham nomeado ou desenvolvido de forma consciente.
Ao mesmo tempo, ele amplia o horizonte e diz que seria importante ter algo como esse programa já no ensino médio, no início da graduação, com intensidade diferente, mas com o mesmo propósito de desenvolver competências humanas que acompanham toda a vida.
Para explicar, usa uma metáfora de academia: você pode achar que treina todos os dias, mas ainda assim sentir dores ao trabalhar um músculo que nunca havia sido ativado daquela forma.
No SEER, ele vê algo parecido: “musculaturas” emocionais, cognitivas e relacionais que não costumam ser exercitadas nos modelos tradicionais.
Denis diz que teve o privilégio de passar por essa experiência com maturidade, já em posição de alta liderança. Para ele, porém, o valor do programa é transversal e pode servir para quem está começando, para quem está no meio da trajetória e para quem ocupa os níveis mais altos de decisão.