Papa Francisco apresentou uma "ligeira melhora" em seu quadro de saúde, de acordo com boletim médico divulgado na tarde desta quarta-feira, 26, pelo Vaticano. No entanto, seu prognóstico permanece "reservado". O Pontífice, de 88 anos, está internado desde o dia 14 no Hospital Gemelli, em Roma, em condição "crítica", devido a uma pneumonia bilateral. Na noite de terça-feira, ele passou por uma tomografia de tórax, que indicou uma "evolução normal" do quadro inflamatório pulmonar.

Monitoramento da saúde do Papa

Ainda segundo o último boletim, "a leve insuficiência renal detectada nos últimos dias foi resolvida". Além disso, os exames laboratoriais mais recentes confirmaram a melhora observada no dia anterior. “O Santo Padre continua com oxigenoterapia de alto fluxo e, até o momento, não apresentou crises respiratórias asmáticas”, informou a Santa Sé.

O líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos no mundo teve uma noite tranquila e está descansando, segundo um comunicado divulgado pelo Vaticano na manhã desta quarta-feira.

Preocupação entre fiéis

Diante do estado de saúde delicado do Pontífice, o Vaticano iniciou, na segunda-feira, vigílias noturnas de oração na Praça de São Pedro. As reuniões reuniram centenas de fiéis, em um cenário que lembra as preces que antecederam o falecimento do Papa João Paulo II, em 2005.

Na Argentina, fiéis também demonstraram apoio ao Papa. Na segunda-feira, centenas de pessoas se reuniram na praça em frente à estação de trem de Constitución, no centro de Buenos Aires. O local era frequentado por Francisco quando ele ainda era conhecido como Jorge Bergoglio, arcebispo da capital argentina.

Quadro clínico segue delicado

Francisco foi hospitalizado em 14 de fevereiro com dificuldades respiratórias e bronquite, condições que se agravaram nos dias seguintes. Posteriormente, o Vaticano confirmou que o Papa sofria de pneumonia nos dois pulmões, com um quadro considerado "complexo".

No sábado, o estado de saúde do Pontífice piorou com "um ataque asmático prolongado, que exigiu oxigênio de alto fluxo". Além disso, ele apresentou problemas hematológicos que demandaram uma transfusão de sangue.

Apesar da gravidade da situação, na segunda-feira, a Santa Sé informou que Francisco não teve novos ataques respiratórios como os registrados no sábado. No entanto, seu médico, Luigi Carbone, alertou que ele segue sendo "um paciente frágil". Por outro lado, a insuficiência renal leve detectada no domingo "não é preocupante", segundo o Vaticano.

Papa continua trabalhando

Mesmo com o prognóstico "reservado", o jesuíta argentino permanece de bom humor e consegue ficar de pé e se alimentar normalmente, segundo fontes do Vaticano. No entanto, ele segue sem aparições públicas desde a hospitalização.

Esta é a quarta internação do Papa Francisco e a mais longa desde que foi eleito, em março de 2013. Em 2021, ele passou 10 dias no Gemelli para uma cirurgia no cólon. Já em março de 2023, ficou internado três dias por conta de uma bronquite, e em junho do mesmo ano, passou por uma cirurgia de hérnia abdominal sob anestesia geral.

Problemas de saúde ao longo da vida

Mesmo com os repetidos alertas médicos, Jorge Mario Bergoglio mantém uma rotina intensa no Vaticano. Nos últimos anos, sua saúde foi afetada por diferentes complicações. Ele sofre de dores no joelho, o que o levou a utilizar cadeira de rodas desde 2022, e tem problemas auditivos, usando um aparelho auditivo.

Além disso, aos 21 anos, Francisco quase morreu devido a um quadro de pleurisia e precisou remover parte do pulmão direito. Em 2019, passou por uma cirurgia de catarata.