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Petróleo opera em forte queda após Trump anunciar cessar-fogo entre Irã e Israel

Preços de commodity, que chegaram a subir cerca de US$ 10 desde o início do conflito, apresentavam alívio nesta segunda-feira

Agência o Globo
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Publicado em 23 de junho de 2025 às 20h41.

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O petróleo ampliou a queda nesta segunda-feira,23, após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de um cessar-fogo entre o Irã e Israel. O preço do WTI para agosto chegou a cair 5,1%, para US$ 65,02 por barril, no início das negociações na Ásia, enquanto o Brent para o mesmo mês cedia cerca de 8%, a US$ 70,65, próximo ao horário que o líder anunciou a notícia, segundo dados da Bloomberg.

A queda — que se seguiu a uma sessão de montanha-russa na segunda-feira, que terminou com perdas acentuadas — levou os preços para níveis próximos aos de 12 de junho, um dia antes de Israel atacar o Irã.

Em um movimento que deve reduzir o prêmio de risco do petróleo, Trump disse que Israel e o Irã haviam concordado com um “cessar-fogo completo e total”, que começaria por volta da meia-noite, horário de Nova York, de acordo com um post no Truth Social.

Os futuros dos principais índice americanos operavam em alta diante da notícia, por volta das 20h:

  • S&P 500: + 0,41%;
  • Nasdaq: + 0,42%;
  • Dow Jones: + 0,38%.

O mercado global de petróleo foi abalado pela crise no Oriente Médio devido a preocupações de que o conflito poderia interromper os suprimentos da região que bombeia cerca de um terço do petróleo bruto do mundo.

Inicialmente, os preços subiram na segunda-feira, mas depois voltaram a recuar, já que Israel, Irã e EUA evitaram atacar a infraestrutura relacionada ao petróleo, com Teerã também optando por não tentar bloquear o Estreito de Ormuz, que liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e por onde transita 20% do petróleo mundial.

Nesta segunda-feira, seis dos mísseis iranianos alcançaram a base americana de Al Udeid no Catar, em resposta aos ataques dos Estados Unidos no domingo contra instalações nucleares iranianas, informou um veículo estatal.

— Trata-se de um alvo militar, aparentemente situado fora de um centro populoso e parece que as infraestruturas petrolíferas não foram afetadas — comentou à AFP John Kilduff, da Again Capital.

Segundo o analista, mais que uma nova escalada, o mercado considera que "se trata de uma medida tomada pelos iranianos para salvar as aparências".

Por ora, "está claro que isso não tem impacto" no Estreito de Ormuz, assegurou Kilduff. O bloqueio deste trecho seria um "pesadelo absoluto" que faria os preços explodir, segundo Arne Lohmann Rasmussen, analista da Global Risk Management.

Se o Estreito de Ormuz ficasse fechado, o preço do petróleo americano poderia "superar o limite de 100 dólares por barril", ou seja, mais de 30 dólares superior às cotações desta segunda-feira, ressaltou, por sua vez, Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank.

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