Preços dos legumes: preços da cebola caíram 22%, os do pepino recuaram 21,6%, enquanto a batata e o tomate desaceleraram 20,5% e 17,3%, respectivamente (Freepik)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 24 de outubro de 2025 às 11h47.
Última atualização em 24 de outubro de 2025 às 11h55.
Comprar legumes para salada ficou mais barato nos supermercados de São Paulo em setembro, e a tendência de queda deve continuar até o final do ano.
No mês passado, os preços da cebola caíram 22%, os do pepino recuaram 21,6%, enquanto a batata e o tomate desaceleraram 20,5% e 17,3%, respectivamente, mostra o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), elaborado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Esse recuo é atribuído a uma safra favorável e à maior oferta nacional, especialmente entre os tubérculos, como avalia Felipe Queiroz, economista-chefe da Apas.
"A subcategoria de tubérculos, como cebola e batata, registrou uma deflação de 18,08% em setembro, intensificando a tendência de queda observada nos últimos meses", afirma.
A cesta da salada também contou com quedas na mandioquinha (5,23%), pimentão (4,34%), vagem (3,09%), cenoura (1,85%), verduras (1,79%) e berinjela (1,68%).
Os alimentos in natura, que incluem frutas, legumes e verduras, continuam sendo um dos principais fatores de alívio na inflação dos supermercados, diz a Apas. Em setembro, o segmento registrou deflação de 5,16% e acumula queda de 5,34% no ano e de 7,20% nos últimos 12 meses.
“O comportamento dos produtos in natura tem exercido um papel importante para conter a pressão inflacionária no setor de alimentação, com uma retração de preços mais persistente ao longo do segundo semestre”, diz o economista.
Segundo Queiroz, a tendência é de que a queda observada em setembro deve se manter até o final do ano.
O economista avalia que em razão da maior produção de alguns produtos, como a batata, a expectativa é de manutenção dos preços baixos para o consumidor.
"Estamos passando por um processo de estabilização da taxa de câmbio, o que deve contribuir para evitar uma forte pressão inflacionária no último trimestre. Nesse sentido, acreditamos que o final de 2025 será positivo para os consumidores, sem uma pressão significativa nos preços dos produtos in natura", diz.