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Presidente da Caixa deve defender bet do banco em reunião com Lula

Um dos argumentos do banco é que parte das apostas são feitas em sites estrangeiros, sem autorização para funcionamento

Leilão da Caixa tem imóveis com descontos que podem chegar a 47% do valor de avaliação inicial. (Caixa/Divulgação)

Leilão da Caixa tem imóveis com descontos que podem chegar a 47% do valor de avaliação inicial. (Caixa/Divulgação)

Publicado em 25 de outubro de 2025 às 18h14.

Após o Palácio do Planalto cobrar explicações, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana para detalhar o projeto que prevê a criação de uma plataforma própria de apostas on-line pelo banco público.

O encontro deve ocorrer após o retorno de Lula da viagem à Ásia.

Nos bastidores, segundo O Globo, a Caixa argumenta que parte significativa das apostas feitas no país ocorre em sites estrangeiros, que operam sem autorização e não pagam impostos no Brasil.

A proposta da instituição é atrair esse público para uma plataforma regulamentada, com regras claras, geração de arrecadação e maior segurança aos apostadores.

O projeto, que já recebeu aval técnico do Ministério da Fazenda, não teve ainda análise política do governo. Segundo estimativas internas, a bet da Caixa poderia gerar cerca de R$ 2,5 bilhões em arrecadação já em 2026, seu primeiro ano de operação.

Dirigentes do banco afirmam ainda, de acordo com o jornal, que a arrecadação das loterias caiu cerca de 50% após a popularização das apostas on-line, o que também reduziu as receitas do governo — que fica com 48% da arrecadação bruta do setor.

Inicialmente previsto para o primeiro semestre de 2024, o lançamento da plataforma foi adiado à espera da regulamentação do Ministério da Fazenda, que prepara medidas para coibir apostas ilegais e ampliar a proteção aos usuários.

"É um mercado novo, e a Caixa é um entrante. Queremos ser um player importante", disse, na ocasião, ao ser questionado sobre a concorrência das apostas eletrônicas com as loterias do banco.

O projeto, porém, gerou desgaste político. Parlamentares da oposição têm usado a iniciativa para criticar o governo, e o próprio Lula demonstrou incômodo com a repercussão negativa durante sua viagem à Ásia.

Procurado, Carlos Vieira preferiu não comentar o assunto e disse que só se pronunciará após a conversa com o presidente.

Lula, por sua vez, tem reiterado a importância de elevar a tributação sobre as casas de apostas. O governo pretende reenviar ao Congresso, nos próximos dias, uma proposta que aumenta as alíquotas cobradas de bets e fintechs.

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