Estudo do MIT foi baseado em entrevistas com 150 líderes, um questionário com 350 funcionários e análise de 300 implantações públicas de IA (Freepik)
Redator
Publicado em 19 de agosto de 2025 às 10h46.
O relatório The GenAI Divide: State of AI in Business 2025, publicado pelo MIT, revela que, embora a inteligência artificial generativa tenha grande potencial para empresas, a maioria das iniciativas para acelerar o crescimento da receita está falhando. Apenas 5% dos programas piloto de IA conseguem impulsionar rapidamente a arrecadação, enquanto 95% não apresentam impacto significativo no balanço financeiro.
Baseada em entrevistas com 150 líderes, um questionário com 350 funcionários e a análise de 300 implantações públicas de IA, a pesquisa do MIT evidencia a clara divisão entre casos de sucesso e projetos estagnados.
Aditya Challapally, autor principal do relatório, disse à Fortune que algumas grandes empresas e startups jovens estão se saindo bem com a IA generativa. Ele citou exemplos liderados por jovens de 19 ou 20 anos que viram suas receitas saltarem de zero para US$ 20 milhões em um ano. Isso ocorre porque essas empresas se concentram em resolver um problema específico, executam bem e fazem parcerias estratégicas.No entanto, para 95% das empresas no estudo, a implementação da IA generativa não tem avançado. O problema não é a qualidade dos modelos, mas a "lacuna de aprendizado", tanto das ferramentas quanto das organizações. IAs como o ChatGPT funcionam bem para indivíduos, mas falham nas empresas, pois não se adaptam aos fluxos de trabalho corporativos, segundo Challapally.
Além disso, o relatório destaca um desalinhamento no uso dos recursos. Mais da metade dos orçamentos de IA generativa vai para ferramentas de vendas e marketing, mas o maior retorno está na automação de back-office, como a eliminação de processos terceirizados e a redução de custos com agências externas.
O estudo do MIT também revela que empresas que compram ferramentas de IA de fornecedores especializados têm sucesso em cerca de 67% dos casos, enquanto soluções desenvolvidas internamente têm êxito em apenas um terço das situações.
Além disso, o relatório aponta que a adoção bem-sucedida da IA envolve empoderar gerentes de linha para escolherem ferramentas que se integrem profundamente aos fluxos de trabalho da empresa e possam ser adaptadas ao longo do tempo.
Por fim, o relatório menciona crescimento no uso de ferramentas de IA não autorizadas, conhecidas como "shadow AI", e os desafios de medir o impacto da nova tecnologia na produtividade e nos lucros. Além disso, ele reforça que as empresas mais avançadas já estão explorando o uso de agentes de IA, os quais podem aprender e agir de forma independente dentro de limites definidos.