Inteligência Artificial

A nova era do atendimento ao cliente: como a IA está redefinindo a experiência do consumidor

Com o avanço da inteligência artificial generativa, empresas brasileiras transformam o atendimento ao cliente com interações mais rápidas, personalizadas e humanas — e conquistam ganhos expressivos em fidelização e satisfação

 (Photo by KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP via Getty Images)

(Photo by KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP via Getty Images)

Francisco Saraiva
Francisco Saraiva

Autor colaborador

Publicado em 12 de maio de 2025 às 18h00.

Um cliente entra em contato com uma empresa às 2h da manhã. Não há atendentes humanos disponíveis, mas uma assistente virtual responde de forma empática, personalizada e eficiente — como se conhecesse aquele consumidor há anos. O cenário que parecia futurista há pouco tempo já é realidade, impulsionado pela inteligência artificial generativa.

Em um mercado hipercompetitivo, onde conquistar e manter clientes exige cada vez mais personalização e agilidade, a Experiência do Cliente (Customer Experience – CX) se tornou um dos maiores diferenciais estratégicos. A IA generativa está no centro dessa transformação, oferecendo não apenas automação, mas interações mais humanas, contextuais e empáticas.

De automação à empatia em escala

A IA generativa não se limita a responder dúvidas simples. Ela analisa grandes volumes de dados, adapta o tom de voz ao contexto emocional do consumidor e cria respostas originais em tempo real.

Assistentes virtuais alimentados por IA já conseguem recomendar produtos, resolver problemas complexos e acompanhar o histórico de atendimento sem que o cliente precise repetir informações. O resultado? Interações mais naturais, resolutivas e, principalmente, humanas.

Relatórios como o CX Trends da Zendesk mostram que empresas que adotam IA nos canais de atendimento têm maior sucesso na resolução de problemas, aumento da satisfação e fidelização dos clientes. Segundo a pesquisa de 2025, 68% dos consumidores afirmaram que interagiriam mais com IA se ela fosse mais parecida com uma conversa humana.

Casos brasileiros de sucesso

A IA generativa já está gerando resultados concretos em empresas brasileiras. A Comgás, por exemplo, registrou um aumento de 5 pontos no NPS após integrar IA de voz em seus canais. Ao substituir menus fixos por diálogos fluidos, a empresa transformou a experiência do consumidor.

O PicPay é outro caso emblemático. A fintech implementou um chatbot com tecnologia da OpenAI, treinado com base em sua base de dados e linguagem de marca. Em menos de um ano, o NPS saltou 30 pontos e a retenção de clientes cresceu. Já o Magazine Luiza investiu em IA generativa para tornar as interações da Lu, sua assistente virtual, mais alinhadas ao comportamento dos consumidores. E o Itaú Unibanco usa IA para adaptar o tom da conversa, inclusive em situações sensíveis como renegociação de dívidas.

A força da voz na experiência digital

Se trocar mensagens de voz no WhatsApp já é hábito entre amigos, por que não com empresas? A IA de voz representa a próxima fronteira no atendimento. Compreendendo linguagem natural, emoções e nuances de fala, ela torna o atendimento mais ágil e empático — muito além dos antigos sistemas de URA, que frustravam mais do que ajudavam.

Essa tecnologia também tem aplicações em vendas: assistentes de voz são capazes de guiar o consumidor durante todo o processo de compra, oferecendo recomendações, tirando dúvidas e até negociando em tempo real, com personalização baseada em dados comportamentais.

Personalização como pilar da lealdade

A expectativa do consumidor moderno é clara: ser tratado como único. A IA torna essa promessa escalável. Com base em dados históricos, comportamento e preferências, ela personaliza desde a saudação até ofertas, conteúdo e recomendações em tempo real.

Empresas inovadoras estão indo além das métricas tradicionais como CSAT e NPS. Elas agora também analisam indicadores como Customer Effort Score (CES) e Customer Lifetime Value (CLV) ajustado por personalização, para medir o impacto direto da IA na fidelização.

O consumidor quer seu próprio assistente de IA

Em 2025, uma pesquisa da Zendesk revelou que 67% dos consumidores desejam ter um assistente de IA exclusivo para lidar com empresas. Eles querem conveniência, proatividade e um atendimento que funcione nos seus termos — por texto, voz, apps ou redes sociais, sem fricções.

O Spotify é um exemplo global desse movimento. Com o lançamento do AI DJ e da AI Playlist, a plataforma passou a oferecer recomendações musicais baseadas no perfil e momento do usuário, com curadoria feita por modelos de linguagem mais avançados. O engajamento disparou.

O futuro da experiência do cliente é híbrido

Apesar de toda a inovação, a IA não substitui o toque humano — ela o potencializa. Ao automatizar tarefas repetitivas e operacionais, libera os profissionais de atendimento para atuar em pontos mais estratégicos e sensíveis da jornada do cliente.

Assistentes de IA já conseguem rastrear pedidos, agendar compromissos, realizar transações e muito mais. Mas o verdadeiro diferencial está em sua capacidade de agir com empatia e contexto, gerando conexões genuínas e duradouras.

Considerações finais

A inteligência artificial deixou de ser uma promessa para se tornar o principal motor da nova era do atendimento ao cliente. Empresas que adotam a IA generativa como aliada estão colhendo benefícios concretos: mais eficiência, maior satisfação, fidelização e diferenciação no mercado.

No entanto, a tecnologia por si só não basta. É preciso preparo organizacional, liderança engajada e uma cultura centrada no cliente. O futuro da experiência do consumidor será definido por quem souber combinar inteligência artificial com inteligência humana.

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