Inteligência Artificial

Huawei é acusada de copiar IA do Alibaba; empresa nega e defende independência no desenvolvimento

Após artigo publicado no GitHub por uma entidade chamada "HonestAGI", empresa emitiu declaração refutando alegações de que seu modelo Pangu Pro Moe seria derivado do Qwen 2.5, da também chinesa Alibaba

Publicado em 8 de julho de 2025 às 11h31.

Última atualização em 8 de julho de 2025 às 11h32.

Divisão de pesquisa em inteligência artificial da Huawei, a Noah Ark Lab rejeitou as alegações de que seu modelo de linguagem Pangu Pro teria copiado elementos do Qwen 2.5, da também chinesa Alibaba. A Huawei afirmou que ele foi desenvolvido e treinado de forma independente.

Essa declaração foi emitida no sábado, 5, um dia após a publicação de um artigo no GitHub, escrito por uma entidade não identificada chamada “HonestAGI”. Nele, são feitas alegações de que o modelo Pangu Pro Moe (Mixture of Experts) mostra uma "extraordinária correlação" com o Qwen 2.5 14B da rival. Lançado em maio de 2024, este modelo faz parte da linha da Alibaba focada em PCs e smartphones.

O artigo sugere que o modelo foi desenvolvido por "upcycling", ou seja, aprimorado a partir de um existente e não treinado do zero, o que gerou discussões amplas nas mídias de tecnologia chinesas e círculos de IA online. Além disso, o estudo levantava preocupações sobre possíveis violações de direitos autorais, falsificação de informações em relatórios técnicos e alegações enganosas sobre os investimentos da Huawei no treinamento do modelo.

Em resposta, a Noah Ark Lab refutou as alegações, afirmando que o Pangu Pro não foi baseado no treinamento incremental de modelos de outros fabricantes e que a Huawei fez inovações chave no design da arquitetura e nas funcionalidades técnicas. O modelo foi o primeiro de grande escala a ser totalmente construído com os chips Ascend, também de fabricação da Huawei.

Adicionalmente, a empresa garantiu que sua equipe de desenvolvimento seguiu rigorosamente os requisitos das licenças de código aberto para qualquer código de terceiros utilizado, mas não detalhou quais modelos foram usados como referência.

Gigantes chinesas no mercado de IA

Em janeiro, o lançamento do modelo em código aberto R1 da DeepSeek chocou o Vale do Silício com seu custo baixo, criando intensa competição entre as gigantes tecnológicas chinesas e impactando empresas baseadas em modelos proprietários, como OpenAI e Anthropic. Apesar do choque, seis meses depois, ela enfrenta dificuldades para se manter relevante no mercado de IA.

Embora a Huawei tenha entrado no mercado de modelos de linguagem de grande escala cedo, com o lançamento do Pangu original em 2021, a percepção é de que ela está atrás dos rivais. Em junho deste ano, a empresa seguiu os passos do Baidu e transformou seus modelos Pangu Pro Moe em código aberto na plataforma de desenvolvedores GitCode. Com isso, ela busca aumentar a adoção de sua tecnologia de IA, oferecendo acesso gratuito aos desenvolvedores.

Diferentemente do Qwen, que foca em consumidores com serviços de chatbot como o ChatGPT, da OpenAI, os modelos Pangu da Huawei são mais utilizados em setores como governo, finanças e manufatura. Juntamente com a série de chips Ascend, eles fazem parte da estratégia chinesa para migrar o desenvolvimento de IA para tecnologias internas.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialHuaweiAlibaba

Mais de Inteligência Artificial

Com aquisições bilionárias, fragmentado setor de dados passa por consolidação para se adaptar à IA

OpenAI reforça segurança contra espionagem industrial de rivais chineses

Apple perde principal executivo de IA para Meta, diz Bloomberg

Seis meses depois, DeepSeek enfrenta desafios para se manter relevante no mercado de IA