Inteligência Artificial

Amazon testa robôs humanoides para substituir entregadores humanos

Gigante do varejo desenvolve robôs para fazer entregas em casas, partindo de vans elétricas Rivian, segundo o site The Information

Publicado em 5 de junho de 2025 às 06h59.

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A Amazon (AMZN) está dando passos importantes no desenvolvimento de robôs humanoides que têm o potencial de transformar a entrega de pacotes feitas por humanos, segundo o site The Information.

Os robôs humanoides da Amazon, ainda em fases iniciais de desenvolvimento e testes, estão sendo avaliados em ambientes controlados, como o chamado “parque humanoide”, um espaço projetado para simular condições reais de entrega. Nesse ambiente, os robôs enfrentam desafios como obstáculos, escadas e outras situações comuns durante a entrega de pacotes.

Um dos modelos em teste, o Unitree G1, por exemplo, tem a capacidade de subir escadas e carregar pacotes, mas sua implementação em um cenário de entrega real, fora do ambiente controlado, ainda não está pronta para ocorrer.

Apesar dos avanços na tecnologia, a Amazon esclareceu que, neste momento, o principal objetivo dos robôs é complementar, e não substituir, os entregadores humanos.

A empresa está desenvolvendo um software especializado em inteligência artificial para permitir que esses robôs executem tarefas mais complexas, como navegar de forma autônoma por ambientes imprevisíveis, interagir com os clientes e responder a comandos de voz.

Os testes iniciais são essenciais para avaliar se os robôs humanoides podem operar de forma eficaz e segura no mundo real, antes de serem integrados definitivamente à cadeia logística da Amazon.

Até que a tecnologia se prove plenamente funcional, os robôs trabalharão ao lado dos humanos, atuando como uma ferramenta que amplia a eficiência do trabalho realizado por entregadores, segundo o The Information.

Como funciona o atual modelo de entregas da Amazon

Atualmente, a Amazon conta com uma rede global de mais de 275 mil motoristas de entrega, responsáveis por entregar mais de 10 milhões de pacotes todos os dias.

Esses motoristas operam principalmente através dos Delivery Service Partners (DSPs), que são empresas parceiras da Amazon. A Amazon tem mais de 3.000 DSPs ao redor do mundo, que empregam, em média, até 100 pessoas e gerenciam entre 20 e 40 vans da Amazon cada uma.

A evolução da inteligência artificial e o papel dos robôs humanoides

Com o desenvolvimento de sua própria inteligência artificial, a Amazon está criando soluções tecnológicas para aprimorar suas operações logísticas, como os robôs humanoides para entregas.

O objetivo da empresa é utilizar esses robôs para realizar tarefas de "última milha", que envolvem a entrega do pacote da van até a porta do cliente. Para isso, os robôs serão projetados para operar de forma autônoma, sem a necessidade de intervenção humana durante esse processo.

Desafios técnicos e regulatórios

Embora os robôs humanoides sejam promissores, ainda existem muitos desafios pela frente. O principal deles envolve os obstáculos técnicos relacionados à capacidade dos robôs de realizar entregas em um mundo real, onde o terreno pode ser irregular e imprevisível.

Além disso, as questões regulatórias também devem ser enfrentadas, já que a implementação em larga escala de robôs de entrega pode exigir mudanças nas leis de trânsito e nas regulamentações de segurança.

A Amazon também está ciente de que, por enquanto, os robôs não serão capazes de lidar com todos os tipos de situações que um entregador humano pode resolver. Em muitos casos, é necessário o discernimento humano para tomar decisões rápidas e eficazes diante de imprevistos. Por isso, a empresa enfatiza que, no curto prazo, os robôs humanoides serão usados para complementar os trabalhadores humanos, não para substituí-los.

Um bom momento para a Amazon

No primeiro trimestre de 2025, a Amazon obteve US$ 155,7 bilhões em vendas líquidas, o que representa um aumento de 9% em comparação com o mesmo período de 2024. Esse desempenho foi impulsionado pelo crescimento nas vendas da América do Norte, que subiram 8%, totalizando US$ 92,9 bilhões, além de um aumento de 19% na receita com publicidade, que atingiu US$ 13,9 bilhões. O serviço de nuvem da Amazon, o Amazon Web Services (AWS), também contribuiu com US$ 29,3 bilhões em receita, um crescimento de 17% em relação ao ano anterior.

Esses resultados financeiros positivos refletem o contínuo domínio da Amazon nos setores de e-commerce, computação em nuvem e inteligência artificial. Em 2025, grandes bancos têm uma visão predominantemente otimista em relação ao futuro da Amazon, destacando sua liderança em cloud computing, IA e e-commerce, ao mesmo tempo que reconhecem alguns riscos associados à concorrência e à regulamentação.

O Bank of America (BofA), em particular, tem uma visão extremamente positiva sobre as perspectivas de crescimento da Amazon, especialmente impulsionadas pelo AWS. O banco prevê um crescimento de 25% na receita do AWS em 2025, o que pode levar a receita do segmento a se aproximar dos US$ 100 bilhões. O BofA destaca que a Amazon detém cerca de 40% do gasto global com infraestrutura de nuvem e vê o AWS como um motor de crescimento de margens altas, superando concorrentes como Microsoft Azure e Google Cloud.

Além disso, o BofA aponta para a base de assinantes do Amazon Prime (mais de 250 milhões de assinantes) e para o segmento de publicidade da empresa, que deve crescer 20% ao ano e ultrapassar US$ 50 bilhões em 2025, como pilares-chave para apoiar a diversificação e expansão da receita da Amazon. O banco elevou a meta de preço para as ações da Amazon para US$ 248, sugerindo um grande potencial de valorização em relação aos níveis atuais.

O BofA também observa melhorias na eficiência operacional da Amazon, incluindo a expansão das margens no varejo, ganhos de produtividade impulsionados por robótica e economias de custos com a reestruturação da gestão. Eles veem o negócio de e-commerce da Amazon como resiliente, com uma participação dominante de 40% do mercado dos Estados Unidos, além de ambições internacionais em mercados como Índia, Brasil, Europa e Oriente Médio.

Apesar das perspectivas positivas, o BofA reconhece alguns riscos, como o aumento da concorrência de empresas como o Walmart, riscos regulatórios e o impacto de tarifas. No entanto, o banco considera a Amazon uma forte jogada de inteligência artificial e espera crescimento estável da receita e expansão de margens em relação aos concorrentes em 2025.

Outros grandes bancos como Citi, JPMorgan e Morgan Stanley também têm uma visão alinhada com a do BofA, reconhecendo que a Amazon continua a ser uma empresa dominada pela inovação, com fortes perspectivas de crescimento no longo prazo, centradas no AWS, inteligência artificial e e-commerce. A empresa, segundo os analistas, também se beneficia de uma execução operacional forte e de investimentos estratégicos, embora ainda enfrente desafios em relação à concorrência e ao risco regulatório.

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