Baidu quer se tornar um ator central na busca por autossuficiência tecnológica da China (Photo by JADE GAO/AFP via Getty Images)/Getty Images)
Redator
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 09h50.
Nesta quinta-feira, 13, a Baidu apresentou dois novos chips de inteligência artificial, o M100 e o M300, durante seu evento anual para desenvolvedores e clientes, destacando suas ambições de se tornar um ator central na busca por autossuficiência tecnológica da China.
Juntamente com outras empresas locais, como a Huawei, a tecnologia desenvolvida pela Baidu busca reduzir a dependência do país de processadores importados da Nvidia, que se tornaram parte das disputas geopolíticas entre os governos dos Estados Unidos e da China.
Os novos chips foram projetados pela unidade de chips Kunlunxin Technology, da própria Baidu. O M100, com lançamento previsto para o início de 2026, foi desenvolvido para aumentar a eficiência de inferência em modelos que utilizam a técnica "mixture-of-experts", a qual divide um problema complexo entre vários “especialistas” para chegar à melhor resposta.
Por sua vez, o M300, planejado para 2027, foi criado para treinar modelos multimodais supergrandes com trilhões de parâmetros. Ambos têm como objetivo fornecer "capacidade computacional de IA potente, de baixo custo e controlável”, segundo reportagem do South China Morning Post.
Além dos chips, a Baidu também anunciou planos para agrupar seus processadores em um sistema chamado Tianchi256, que será lançado no primeiro semestre de 2026. Esse cluster promete um ganho de mais de 50% no desempenho para sistemas de IA em comparação com o modelo anterior. Uma versão aprimorada, o Tianchi512, com 512 chips, está prevista para o segundo semestre do próximo ano.
Até 2030, a Baidu pretende construir um supernó capaz de agrupar “milhões” de chips, de acordo com o South China Morning Post.
Durante o evento, Robin Li, fundador e CEO da Baidu, afirmou que o modelo atual da indústria de IA favorece desproporcionalmente o desenvolvimento de chips e modelos fundacionais – uma crítica sutil a empresas dos EUA e sua abordagem proprietária, tanto de chips quanto de modelos de IA.
Em contraposição, Li defendeu uma “pirâmide invertida”, na qual as aplicações de IA estariam no topo, acima de chips e modelos, permitindo maior geração de receita para as empresas de tecnologia. Por isso, o foco da Baidu – e de outras empresas chinesas – está na integração da IA aberta com serviços corporativos e pessoais.
Durante o evento, a Baidu também apresentou o modelo multimodal Ernie 5.0, com 2,4 trilhões de parâmetros e funções tanto de agentes de IA quanto de programação. A empresa destacou, ainda, seu serviço de robotáxi Apollo Go, o qual, segundo Li, processa 250.000 pedidos por semana, totalizando, até o momento, 17 milhões de corridas globalmente.