Inteligência Artificial

Com dados de R$ 140 mi gastos em mídia, Brivia lança IA para apoiar CMOs

Lançamento reúne agente conversacional, análise preditiva e modelagem de cenários para reduzir incerteza em investimentos em publicidade

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 25 de novembro de 2025 às 11h47.

Última atualização em 25 de novembro de 2025 às 13h27.

Entre as equipes de marketing digital há uma percepção comum de que atualmente que parte do trabalho é um labirinto de métricas, dashboards e decisões que precisam ser tomadas em dias, às vezes em horas. Ficou claro que o improviso não tem espaço. Mas, no dia a dia, o que se vê é o contrário: a performance da campanha é olhada de forma desconexa, sobram análises manuais e o volume de canais dificulta saber onde, exatamente, a verba rende mais.

Para tentar curar essa dor, o Brivia Group criou o Orqstra, uma plataforma de IA criada para enfrentar um problema básico, embora crescente, no marketing: a falta de método em decisões que, no papel, deveriam ser orientadas por dados. O produto, que será lançado oficialmente na quarta-feira, 26, tenta se posicionar como um organizador do fluxo de decisões num ambiente que se tornou excessivamente fragmentado.

"O Orqstra vem para maximizar cada real investido pelas marcas, eliminando desperdícios e trazendo previsibilidade para as decisões", afirma o CEO do Brivia Group, Marcio Coelho.

Marcio Coelho: CEO do Brivia

A ferramenta integra dados, sugere cenários e projeta desempenhos a partir de modelos estatísticos alimentados com um histórico robusto: R$ 140 milhões em investimentos, 14 bilhões de impressões, 813 milhões de views e mais de 47 milhões de conversões usados no treinamento.

Segundo a Brivia, o objetivo não é substituir o CMO, mas evitar decisões baseadas em intuição, algo que, em campanhas grandes, custa caro. “Existe perda de eficiência no processo”, diz Coelho, numa constatação que qualquer equipe de performance reconhece na prática.

Entre os ponto mais visível da plataforma, e central na experiência de uso, é o agente conversacional. Nele, o profissional descreve objetivos, prazos e limites de verba; o sistema responde com projeções numéricas, simulações de alocação e possíveis redistribuições de canais. É um atalho para tarefas que hoje exigem planilhas extensas, cruzamentos manuais e testes demorados.

Outro recurso é o Creative Score, um modelo que avalia criativos antes de irem ao ar. A plataforma analisa elementos das peças, cores, composições, objetos, enquadramentos, e identifica padrões de engajamento presentes no dataset usado no treinamento. A partir dessas correlações, recomenda qual opção tende a performar melhor.

Modelagem de mix em versão atualizada

O Orqstra também incorpora uma nova geração de Marketing Mix Modeling, ferramenta já conhecida no mercado, mas aqui treinada para simular efeitos acumulados de mídia ao longo do tempo.

O sistema roda cenários automáticos e calcula o impacto de cada variável do mix no ROI, algo que, na prática, só grandes anunciantes fazem com regularidade.

E faz sentido. A edição 2026 do Panorama Mindset Digital, pesquisa anual do Brivia Group, já mostrava que boa parte das empresas ainda patina na etapa mais básica do uso de dados: experimentam muito, consolidam pouco.

Nesse cenário, o Orqstra chega menos como maestro e mais como um teste real: ver se, de forma mais ampla, as áreas de marketing conseguem transformar informação em direção, indo além dos dashboards coloridos.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialPesquisaestrategias-de-marketingRedes sociais

Mais de Inteligência Artificial

Nvidia nega boato sobre 'maior fraude contábil da história da tecnologia'

Character.AI, de personagens artificiais, restringe uso por adolescentes

O Gemini está vencendo o ChatGPT? As integrações do Google indicam que sim

Anthropic lança Claude Opus 4.5 com foco em uso de IA na programação