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Publicado em 2 de junho de 2025 às 08h14.
Os Emirados Árabes Unidos vêm se consolidando como um dos centros mais ambiciosos do mundo em inteligência artificial, atraindo engenheiros, cientistas e executivos de tecnologia para o Golfo. O país anunciou recentemente um data center de US$ 545 milhões, voltado para atender à Microsoft, e a criação do primeiro doutorado em IA do seu sistema educacional.
A estratégia para captar talentos de alta qualificação combina infraestrutura robusta com benefícios diretos: o visto dourado, que concede residência de 10 anos, isenção de impostos e altos salários em áreas estratégicas como tecnologia. Essas condições contrastam com o cenário de instabilidade em polos tradicionais de inovação como os Estados Unidos.
Até junho de 2025, mais de 50 mil demissões foram registradas no setor de tecnologia norte-americano, de acordo com dados do site Layoffs.fyi. Além disso, o endurecimento da política migratória do país contribui para que engenheiros busquem alternativas fora do eixo EUA-Europa. Os Emirados Árabes, com política aberta para talentos estrangeiros, têm se destacado como destino preferencial.
Segundo o ministro da economia, Abdulla bin Touq Al Marri, os Emirados só ficam atrás dos Estados Unidos na atração de profissionais especializados em IA. Em 2023, o país emitiu 158 mil vistos dourados. Mas o foco não é competir com Washington: após visita recente do ex-presidente Donald Trump ao Oriente Médio, os Emirados garantiram acesso a 500 mil chips da Nvidia e anunciaram a construção do maior campus de IA fora dos EUA, em parceria com empresas americanas.
Para manter o ritmo de crescimento e inovação, os Emirados estão recrutando talentos de países como Índia, Ucrânia e Filipinas. De acordo com um relatório da consultoria Fragomen, feito com apoio do Ministério da Economia dos EAU, cerca de 95% das 50 mil empresas entrevistadas afirmaram que pretendem contratar profissionais de fora da região.