Ferramentas de inteligência artificial transformam selfies em fotos corporativas e baratas, mas especialistas alertam: retratos artificiais podem prejudicar a credibilidade dos candidatos. (Fotorama/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 10h44.
Retratos profissionais criados por inteligência artificial (IA) estão se tornando uma tendência entre candidatos em busca de emprego e perfis de LinkedIn mais atraentes. As chamadas AI headshots estão substituindo as tradicionais fotos de estúdio, oferecendo imagens de alta qualidade em poucos minutos e por uma fração do custo — muitas vezes abaixo de US$ 50.
Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo e as primeiras impressões ocorrendo quase sempre por meio de telas, uma foto bem produzida pode ser decisiva. Antes, sessões fotográficas profissionais custavam centenas de dólares; agora, ferramentas como InstaHeadshots, PhotoPacksAI, HeadshotPro e Aragon AI permitem gerar retratos com poucos cliques — basta enviar selfies e escolher o fundo desejado.
Segundo Melanie Fan, executiva da startup Plush, trocar sua foto no LinkedIn por uma imagem feita com IA multiplicou em até quatro vezes as mensagens recebidas de empresas interessadas em seu perfil.
A plataforma Canva também lançou um gerador de retratos com IA, permitindo criar ou ajustar fotos de perfil de forma realista e personalizável.
Um relatório da empresa mostra que 88% dos candidatos acreditam que uma boa presença digital influencia diretamente as contratações, um aumento de 45% em relação ao ano anterior.
Além disso, 90% dos recrutadores afirmam usar IA em alguma etapa da seleção, e 96% dos candidatos que usaram IA em suas candidaturas relataram retorno das empresas.
Para Danny Wu, chefe de produtos de IA da Canva, o objetivo não é substituir a fotografia tradicional, mas democratizar o acesso a imagens profissionais. “Com IA, qualquer pessoa pode ter uma foto realista e de qualidade, sem depender de localização ou orçamento”, afirmou.
O uso crescente dessas imagens, porém, levanta questionamentos sobre ética e confiança. Especialistas alertam que fotos excessivamente editadas podem parecer falsos e prejudicar a credibilidade do candidato.
“Um retrato ruim gerado por IA é facilmente reconhecível e transmite falta de autenticidade”, disse Sam DeMase, especialista de carreira da ZipRecruiter.
Apesar disso, distinguir fotos reais das criadas por IA está cada vez mais difícil — e a tecnologia continua evoluindo rapidamente.
Alguns usuários relatam problemas recorrentes, como distorções físicas e erros visuais. “Já vi fotos com sete dedos e colares incompletos. Ainda me sinto culpada por usar IA, mas o custo-benefício é inegável”, contou Amber Collins, usuária dessas ferramentas.
O LinkedIn permite o uso de ferramentas de IA para aprimorar fotos de perfil, mas reforça que a imagem deve refletir a aparência real do usuário. A plataforma avisa que fotos que violem as políticas da comunidade podem ser removidas.
Segundo DeMase, muitos candidatos ainda hesitam em usar retratos gerados por IA. “A foto é um dos poucos espaços em que você pode mostrar humanidade no processo seletivo”, afirmou.
Mesmo assim, o movimento parece irreversível: gerações mais jovens, como Z e millennials, já lideram o uso dessas ferramentas, enquanto o número de recrutadores que realmente analisam manualmente cada foto tende a diminuir.
Um levantamento da SHRM, associação americana de RH, aponta que 66% dos profissionais de recursos humanos usam IA para redigir vagas, e 44% utilizam a tecnologia para revisar currículos.
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