Inteligência Artificial

IBM e NASA lançam IA que prevê clima solar e ajudar a proteger tecnologias na Terra

Novo sistema pode antecipar erupções no Sol e ajudar a proteger satélites, aviões e até redes de energia

IBM (IBMB34) (Sergio Perez/Reuters)

IBM (IBMB34) (Sergio Perez/Reuters)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 16h45.

Última atualização em 20 de agosto de 2025 às 18h33.

A IBM e a NASA anunciaram o Surya, modelo de inteligência artificial capaz de prever tempestades solares com até duas horas de antecedência.

O sistema, de código aberto, foi treinado com nove anos de observações em alta resolução feitas pelo Observatório de Dinâmica Solar, da agência espacial americana.

É a primeira vez que uma tecnologia desse tipo consegue indicar não apenas a probabilidade, mas também a região exata da superfície solar onde uma erupção pode ocorrer.

O interesse em desenvolver ferramentas desse tipo não é apenas científico. Embora o Sol esteja a 150 milhões de quilômetros de distância, seus efeitos podem ser sentidos imediatamente aqui na Terra.

Explosões solares já foram responsáveis por falhas em satélites, interrupções de GPS, desvios de voos e até apagões em redes elétricas.

Em um cenário extremo, segundo estudo da seguradora Lloyd’s, uma tempestade poderia causar perdas de até US$ 2,4 trilhões na economia global em um período de cinco anos.

A novidade é que o Surya foi projetado para lidar com volumes de dados sem precedentes, dez vezes maiores que os usados em treinos de IA tradicionais. Isso exigiu uma arquitetura especial capaz de manter eficiência sem perder resolução.

Nos primeiros testes, a precisão na classificação de erupções solares cresceu 16% em comparação a métodos anteriores — um salto considerado expressivo por especialistas.

Disponibilizado na plataforma Hugging Face, o Surya está aberto a pesquisadores do mundo todo, que podem adaptá-lo a diferentes aplicações.

A expectativa é que a ferramenta não apenas ajude governos e empresas a se preparar para eventos extremos, mas também sirva como base para novas pesquisas sobre o Sol e o chamado clima espacial, área cada vez mais estratégica em um mundo que depende de satélites e sistemas conectados para quase todas as atividades do dia a dia.

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