Victor Riparbelli: CEO e co-fundador da Synthesia (Cody Glenn/Getty Images)
Redator
Publicado em 30 de junho de 2025 às 18h59.
A criação de avatares digitais com inteligência artificial tem se consolidado como uma das principais tendências na comunicação corporativa. A Synthesia, sediada em Londres, já conta com mais de 65.000 clientes, incluindo mais de 70% das empresas da Fortune 100, como Merck, SAP e Mondelez. A empresa permite que usuários criem vídeos em várias línguas usando representações digitais realistas, geradas a partir de uma breve gravação de voz e imagem.
A tecnologia não depende de vídeos pré-gravados, mas de IA generativa, que prevê movimentos e expressões faciais para simular um efeito natural. Em 2023, mais de 150.000 pessoas criaram versões de si mesmas na plataforma, que arrecadou mais de US$ 330 milhões de investidores como Kleiner Perkins e Accel. A proposta é reduzir custos e tempo na produção de vídeos corporativos ao substituir gravações tradicionais por geradores automatizados.
A Synthesia foi fundada em 2017 com o objetivo de atender empresas de setores variados, do treinamento ao marketing. A promessa de sua plataforma é criar vídeos mais acessíveis, em diferentes idiomas, eliminando a necessidade de equipes grandes ou estúdios. Entre os usos citados estão comunicações internas, treinamento de funcionários e campanhas de marketing digital.
Um exemplo citado no setor financeiro é o banco UBS, que gera análises em vídeo com IA a partir de relatórios escritos por seus analistas. O recurso é uma das aplicações mais claras do poder da IA generativa — termo usado para descrever modelos de inteligência artificial capazes de criar conteúdos novos, prevendo não só o que é dito, mas como é dito, com entonação e expressão realistas.
Apesar da adoção em larga escala, a Synthesia também enfrenta desafios ligados ao uso ético de sua tecnologia. Um dos principais riscos é a geração de desinformação, especialmente em contextos políticos, ou o uso não autorizado de imagens de pessoas. Para tentar conter esses problemas, a empresa afirma adotar políticas de consentimento estritas e controles que limitem usos potencialmente danosos.