Inteligência Artificial

Jornalistas venezuelanos recorrem a avatares de IA para evitar repressão do governo Maduro

Iniciativa Operación Retuit usa apresentadores virtuais para noticiar a perseguição do regime a opositores e jornalistas, protegendo repórteres reais

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 10h31.

Jornalistas na Venezuela, onde o regime de Nicolás Maduro se aproxima de uma ditadura completa, estão utilizando uma tática inovadora para evitar a prisão: uso de avatares de inteligência artificial (IA) para reportar as notícias que o governo considera "inadequadas".

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Em transmissões diárias, essas figuras digitais divulgam ao mundo as ações do governo pós-eleições, protegendo a identidade dos repórteres por trás das notícias. "Mais de 1.400 pessoas foram detidas em menos de duas semanas, com ao menos 23 mortes durante protestos," afirmou um dos avatares.

A iniciativa, chamada de Operación Retuit, reúne cerca de 20 veículos de notícias e checagem de fatos venezuelanos, com aproximadamente 100 jornalistas colaborando. Esses profissionais compartilham conteúdo que é transformado em boletins diários apresentados pelos avatares La Chama e El Pana, que em português podem ser traduzidos como A Garota e O Companheiro.

Na transmissão de estreia, a apresentadora La Chama revelou: "Antes de prosseguir – caso você não tenha notado – queremos informar que não somos reais", enquanto divulgava estatísticas sobre repressão em protestos contra o governo. "Todos as vítimas foram mortas a tiros e, segundo testemunhas, os suspeitos eram policiais, militares ou grupos paramilitares conhecidos como colectivos", relatou El Pana, expondo os excessos.

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