Inteligência Artificial

Levantamento com alunos de 166 universidades mostra que 85% já usaram IA generativa

Levantamento com mais de mil universitários mostra que, apesar do uso intenso de inteligência artificial generativa em tarefas acadêmicas, a maioria continua valorizando a formação e exige regras claras e éticas para o uso da tecnologia nas instituições

Dados são da segunda edição da pesquisa Student Voice 2025–26, conduzida pelo Inside Higher Ed, que estudantes de 166 universidades durante julho  (miniseries/Getty Images)

Dados são da segunda edição da pesquisa Student Voice 2025–26, conduzida pelo Inside Higher Ed, que estudantes de 166 universidades durante julho (miniseries/Getty Images)

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 09h53.

A maioria dos estudantes universitários nos EUA já utiliza inteligência artificial generativa em suas atividades acadêmicas, mas não necessariamente para burlar tarefas ou por acreditar que a formação perdeu valor – na verdade, eles veem necessidade de adaptação à nova tecnologia.

Esses são alguns dos achados da segunda edição da pesquisa Student Voice 2025–26, conduzida pelo Inside Higher Ed, que ouviu pouco mais de mil estudantes de 166 universidades, públicas e privadas sem fins lucrativos, durante o mês de julho.

Segundo o levantamento, 85% dos alunos relataram ter usado IA no último ano. As principais aplicações incluem brainstorming de ideias (55%), esclarecimento de dúvidas como se fosse um tutor (50%) e preparação para provas (46%). Outras formas de uso foram edição de textos ou revisão de trabalhos (44%), mecanismos avançados de busca (42%) e geração de resumos (38%).

Apenas 25% admitem utilizar IA para concluir tarefas em seu lugar e 19% para escrever redações completas. Estudantes que relataram uso intensivo da IA para escrita indicaram com mais frequência impactos negativos no pensamento crítico – 12% contra 6% dos que usam a ferramenta apenas para estudar.

A pressão por boas notas é apontada como o principal motivo para o uso inadequado da tecnologia (37%), seguida de falta de tempo (27%) e desinteresse pelas regras de integridade acadêmica (26%). Adultos acima de 25 anos destacam sobrecarga de trabalho, compromissos familiares ou falta de confiança nas próprias habilidades, enquanto estudantes mais jovens citam desengajamento com o conteúdo ou desrespeito às regras.

Apesar das preocupações, quase todos os alunos (97%) defendem que as instituições atuem sobre o tema, mas de forma educativa e não apenas punitiva. Eles priorizam orientações claras sobre o uso ético da IA (53%) e políticas transparentes sobre quando a ferramenta pode ser empregada. Métodos tradicionais de controle, como softwares de detecção (21%) ou restrição em sala de aula (18%), têm menor aceitação.

Quanto ao impacto da IA na aprendizagem, 55% relatam efeitos mistos sobre pensamento crítico e aprendizado, enquanto 27% percebem benefícios. Apenas 7% consideram os efeitos negativos predominantes.

No que se refere ao valor da formação acadêmica, 35% dos entrevistados afirmam que não mudou, 23% dizem que se tornou mais valiosa, 25% reconhecem alguma mudança, mas não sabem precisar qual, e apenas 18% passaram a questionar mais o ensino superior.

Em resumo, a IA não diminuiu significativamente a percepção de valor da faculdade, mas já influencia a forma como os alunos a enxergam, indicando a necessidade de adaptação das instituições. Além disso, estudantes desejam preparação para o uso profissional da tecnologia, incluindo treinamentos éticos e debates sobre riscos e oportunidades.

Uso da IA pelos professores

Uma parcela dos estudantes (29%) vê de forma moderadamente positiva o uso de inteligência artificial por professores na criação de tarefas e outras atividades, desde que a tecnologia seja aplicada com cuidado e transparência.

Outros 14% avaliam o uso de IA pelos docentes como altamente positivo, destacando ganhos de relevância e eficiência no ensino. No entanto, 39% demonstram preocupação com a qualidade e o risco de dependência excessiva, enquanto 15% permanecem neutros.

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