Inteligência Artificial

Na corrida pela inteligência artificial, a Microsoft aposta em saúde para não ficar para trás

Com o lançamento de atualizações no Copilot e parcerias estratégicas, a empresa busca oferecer soluções de inteligência artificial mais precisas e confiáveis no setor de saúde

Microsoft busca independência da parceira OpenAI ou de outras soluções de terceiros (Oliver Berg/Getty Images)

Microsoft busca independência da parceira OpenAI ou de outras soluções de terceiros (Oliver Berg/Getty Images)

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 10h23.

A Microsoft tem como objetivo se consolidar como uma potência em chatbots de inteligência artificial, não apenas depender da parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, ou de acordos com a Anthropic, desenvolvedora do Claude. Para isso, a empresa está apostando em um nicho que acredita ter grande potencial: a saúde.

Com a atualização de seu assistente Copilot, prevista para ser lançada ainda em outubro, a Microsoft pretende oferecer uma solução mais precisa e confiável do que os concorrentes, o que é significativo em uma área sensível como a saúde.

Essa novidade resulta de uma colaboração com a Harvard Medical School, que fornecerá conteúdo da Harvard Health Publishing para aprimorar as respostas do Copilot sobre temas relacionados à área, de acordo com o Wall Street Journal.

Dominic King, vice-presidente de saúde da Microsoft, afirmou ao jornal que o objetivo da empresa é fornecer respostas mais alinhadas com as informações que um profissional médico ofereceria, destacando a importância de fontes confiáveis.

Com a atualização, a ideia é que o Copilot auxilie os usuários na gestão de condições complexas, como diabetes, evitando o risco de informações erradas – um problema identificado em estudos anteriores sobre o uso de chatbots na saúde. Um levantamento de 2024 da Universidade de Stanford, por exemplo, revelou que o ChatGPT forneceu respostas "inapropriadas" em 20% das questões médicas abordadas.

Ainda não está claro como a versão atualizada do Copilot lidará com questões de saúde mental, um tema delicado e que tem atraído cada vez mais atenção de especialistas e legisladores. Em alguns casos, pessoas que interagiram com chatbots precisaram ser internadas ou até se suicidaram.

Além das atualizações no Copilot, a Microsoft está desenvolvendo um novo recurso que permitirá ao assistente ajudar os usuários a localizarem prestadores de serviços de saúde próximos a suas residências, com base nas necessidades e na cobertura de seus seguros.

Independência tecnológica

Mustafa Suleyman, CEO da Microsoft AI e ex-fundador do Google DeepMind, tem liderado os esforços da empresa na área da saúde, com uma equipe crescente e novas tecnologias em desenvolvimento.

Em junho, a Microsoft anunciou que uma ferramenta de IA criada pela empresa foi capaz de diagnosticar doenças com uma precisão quatro vezes superior à de médicos, a um custo muito menor.

Apesar da recente extensão da parceria com a OpenAI, a Microsoft segue determinada a reduzir sua dependência da companhia. Para isso, a empresa está treinando seus próprios modelos de IA, com a intenção de substituir gradualmente as soluções de terceiros, embora esse processo de independência tecnológica ainda possa levar anos para ser concretizado.

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