Inteligência Artificial

Ninguém está a salvo se bolha da IA estourar, diz CEO do Google

Pichai alerta que o boom da IA pode gerar perdas bilionárias e pressiona metas energéticas e climáticas da Alphabet

Sundar Pichai: CEO do Google afirmou que se bolha de IA estourar, todas empresas serão afetadas (Justin Sullivan/Getty Images)

Sundar Pichai: CEO do Google afirmou que se bolha de IA estourar, todas empresas serão afetadas (Justin Sullivan/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 09h30.

Para Sundar Pichai, CEO do Google (GOOGL), nenhuma empresa estará imune se a bolha da inteligência artificial (IA) estourar. Em entrevista à BBC, Pichai afirmou que, apesar de a Alphabet — controladora do Google — estar bem posicionada, o impacto de um "estouro" seria generalizado.

O executivo comparou o cenário atual da IA com a bolha da internet dos anos 2000 e classificou o momento como “extraordinário”, mas com sinais de “irracionalidade”.

A valorização excessiva de empresas do setor, segundo ele, pode levar a investimentos malsucedidos, como alertou também o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon.

“Nenhuma empresa estará imune, incluindo a gente”, disse Pichai, ao comentar o risco de uma bolha especulativa.

Ele destacou à BBC que o Google tem um “pacote completo” de tecnologias — que inclui chips próprios, dados do YouTube e modelos próprios de IA —, o que o coloca em posição mais sólida diante de eventuais turbulências.

A Alphabet tem apostado em superchips para IA que competem com os da Nvidia (NVDA), empresa que chegou a US$ 5 trilhões em valor de mercado. As ações da Alphabet também dobraram de valor em sete meses, atingindo US$ 3,5 trilhões.

IA pressiona metas climáticas e altera demanda energética

Na entrevista, Pichai alertou que a expansão da IA está afetando a demanda energética global. Segundo a Agência Internacional de Energia, o setor consumiu 1,5% da eletricidade mundial em 2024.

Pichai reconheceu que esse consumo crescente obrigou o Google a desacelerar metas climáticas internas, embora a empresa mantenha a promessa de zerar emissões até 2030.

Para o CEO, países como o Reino Unido precisarão desenvolver infraestrutura energética adequada, sob risco de limitar o crescimento econômico.

“Você não quer restringir a economia por causa de energia, mas isso terá consequências”, afirmou.

Revolução nos empregos e formação de talentos

Pichai também projetou forte impacto da IA no mercado de trabalho. Ele chamou a tecnologia de “a mais profunda” já criada e destacou que todas as profissões serão afetadas, inclusive médicos e professores.

Aqueles que souberem usar ferramentas baseadas em IA “se darão melhor” em suas funções, disse. Ele defendeu a adaptação dos profissionais como caminho para aproveitar as novas oportunidades criadas pela tecnologia.

Investimentos no Reino Unido e geopolítica da IA

A Alphabet anunciou US$ 5 bilhões em investimentos no Reino Unido até 2026, com foco em pesquisa e infraestrutura.

Parte da estratégia inclui o treinamento local de modelos de IA, medida que pode consolidar o país como a terceira superpotência da área, atrás de Estados Unidos e China.

Pichai ressaltou que a unidade DeepMind, sediada em Londres, terá papel central nas pesquisas avançadas.

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