Segundo Andrew McAfee, pesquisador do MIT, "nunca vimos uma geração de riqueza dessa magnitude e velocidade nos últimos 100 anos" (Imagem gerada por IA/Freepik)
Redator
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 12h38.
Última atualização em 11 de agosto de 2025 às 13h01.
Além de transformar o setor de tecnologia, startups de inteligência artificial têm sido responsáveis por gerar fortunas a uma velocidade sem precedentes. Somente neste ano, foram criados dezenas de novos bilionários, muitos impulsionados pela aceleração do mercado de IA e pelas impressionantes rodadas de financiamento.
Entre os nomes que se destacam estão Alexandr Wang e Lucy Guo (ex-Scale AI), Dario Amodei (Anthropic), Liang Wenfeng (DeepSeek), Aravind Srinivas (Perplexity), Ilya Sutskever (ex-OpenAI e agora na Safe Superintelligence) e Mira Murati (também ex-OpenAI, atualmente à frente da Thinking Machines Lab).
Segundo estimativas da CB Insights, neste ano de 2025, o número de startups de IA que são "unicórnios" (empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) saltou para 498, com um valor combinado de impressionantes US$ 2,7 trilhões. Destas, 100 foram fundadas desde 2023, ou seja, pouco após o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022.Juntas, essas empresas estão reformulando a economia global, com destaque para as grandes rodadas de investimentos. A Thinking Machines Lab, por exemplo, levantou US$ 2 bilhões na maior rodada inicial da história, elevando a avaliação da empresa para US$ 12 bilhões.
Enquanto isso, empresas públicas como Nvidia, Meta e Microsoft, as quais estão ligadas ao setor de IA, também têm se beneficiado enormemente, com suas ações disparando. O crescimento impulsionado por essa onda com base na nova tecnologia está criando uma riqueza inédita. "Nunca vimos uma geração de riqueza dessa magnitude e velocidade nos últimos 100 anos", afirmou Andrew McAfee, pesquisador do MIT.
Apesar do crescente número de bilionários da IA, a liquidez dessas fortunas ainda representa um desafio, já que várias startups continuam privadas. Diferentemente da bolha da internet, nos anos 1990, quando muitas empresas foram para o mercado e abriram seu capital, hoje as de IA optam por permanecerem privadas, contando com investimentos de capital de risco e fundos soberanos.
Nesse cenário, a expansão dos mercados secundários está permitindo que os donos de ações privadas negociem suas participações, criando uma forma de liquidez.
Assim como na era das empresas .com, o epicentro dessa revolução é o Vale do Silício. A região continua a ser o centro de inovação e riqueza, superando cidades como Nova York em número de bilionários (82 ante 66).
Em 2024, as startups da região arrecadaram mais de US$ 35 bilhões. Esses valores também impactam no mercado imobiliário de luxo: mais imóveis em São Francisco foram vendidos acima de US$ 20 milhões no ano passado do que em qualquer outro ano.
À medida que as ofertas públicas iniciais (IPOs) se aproximam, muitos bilionários da IA buscarão diversificar suas fortunas, o que representará uma oportunidade e um desafio para o setor de gestão de riquezas, assim como aconteceu com os ultrarricos da bolha anterior.