Inteligência Artificial

O que se sabe sobre o produto secreto de IA de Sam Altman, dono do ChatGPT, e Jony Ive, ex-Apple

A OpenAI e Jony Ive, ex-designer da Apple, revelam detalhes de seu dispositivo de IA, mas uma disputa com a startup iyO coloca em xeque a originalidade do projeto

Jony Ive e Sam Altman (OpenAI/Reprodução)

Jony Ive e Sam Altman (OpenAI/Reprodução)

Publicado em 25 de junho de 2025 às 07h01.

Em maio de 2025, o mundo da tecnologia foi surpreendido com o anúncio de uma parceria entre a OpenAI e Jony Ive, o célebre ex-designer da Apple.

A dupla, que se uniu para criar um novo dispositivo de inteligência artificial, revelou o io, um produto misterioso que promete superar as limitações dos dispositivos tradicionais, como smartphones e computadores. Embora a OpenAI tenha divulgado poucos detalhes públicos sobre o projeto, algumas informações começaram a surgir por meio de documentos legais.

O io, que não é um dispositivo vestível, como fones ou relógios, nem um smartphone, é descrito em documentos e por pessoas familiarizadas com o assunto como um “companheiro de IA” capaz de transformar a experiência digital do usuário. A proposta, segundo Sam Altman, CEO da OpenAI, é criar um dispositivo que ajude as pessoas a “fazerem o que quiserem”, indo além das capacidades de um computador ou celular convencional. A ideia é oferecer uma interface mais fluida, onde a inteligência artificial estará profundamente integrada, sem as limitações das telas tradicionais.

A tecnologia por trás do io ainda não está totalmente finalizada, mas já gerou especulações sobre seu formato e funções. Alguns acreditam que ele pode ser um dispositivo sem tela, possivelmente do tamanho de um iPod ou algo minimalista, que funcionaria como um ponto de acesso para interação com IA de maneira mais natural e intuitiva. Essa visão foi reforçada por uma declaração de Tang Tan, cofundador da LoveFrom e executivo do io, que afirmou que o dispositivo "não é um dispositivo vestível nem um fone de ouvido", mas um tipo de “assistente digital” com funcionalidades inéditas.

Ainda sem data de lançamento definida, a OpenAI indicou que o io não estará disponível ao público antes de um período de pelo menos um ano.

A revelação do io aconteceu em um contexto de crescente interesse por alternativas ao modelo de smartphones, e a aposta da OpenAI é clara: substituir dispositivos existentes por algo mais inteligente, conectado diretamente à IA. O movimento é ousado, considerando a força que os smartphones ainda têm no mercado. Mas tanto Altman quanto Ive veem essa mudança como um passo inevitável para o futuro da interação humana com a tecnologia.

A disputa com a iyO

O lançamento do io, no entanto, não será isento de complicações. A startup iyO, fundada por Jason Rugolo, ex-executivo do Google, alega que a OpenAI se aproveitou de conversas anteriores com a empresa para criar um produto semelhante ao seu, segundo o Financial Times. A iyO desenvolve o iyO One, um auricular de IA que combina assistente de voz e aplicativos diversos. Rugolo afirma ter sido "enganado" após conversas com executivos da OpenAI, o que levou à disputa judicial sobre o uso do nome e do conceito do produto.

O conflito ganhou destaque quando OpenAI foi forçada a retirar um post de blog e um vídeo promocional sobre o io, após um juiz federal emitir uma ordem de restrição à sua divulgação. A iyO, por sua vez, alega que o uso do nome io é uma violação de sua marca registrada e que a OpenAI se beneficiou indevidamente das negociações que ocorreram entre as empresas. A batalha legal promete se estender, com uma decisão sobre a continuidade da restrição sendo esperada para os próximos meses.

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