Repórter
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 06h33.
Para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os chips top de linha da Nvidia (NVDA) não podem ser compartilhados com outros países, como a China.
Durante entrevista ao programa “60 Minutes”, exibido no domingo, 2, Trump afirmou que os chips mais avançados da Nvidia serão destinados exclusivamente a empresas norte-americanas. A decisão afeta diretamente países como a China, que permanecerá fora da lista de compradores dos semicondutores de última geração.
“Não vamos deixar ninguém além dos Estados Unidos ter acesso aos chips mais avançados”, disse Trump à CBS. A declaração reforça uma postura mais rígida que a indicada anteriormente por autoridades americanas sobre o controle da tecnologia de inteligência artificial de ponta.
A medida se concentra nos chips Blackwell, considerados os mais potentes já desenvolvidos pela Nvidia — atualmente, a empresa mais valiosa do mundo em valor de mercado, com US$ 5 trilhões.
Apesar da restrição, Trump admitiu que pode haver espaço para versões limitadas desses chips em mercados internacionais. “Podemos deixar que lidem com a Nvidia, mas não com os mais avançados”, afirmou.
A fala do presidente acontece poucos dias após a Nvidia anunciar a venda de mais de 260 mil unidades dos chips Blackwell para a Coreia do Sul, com destino a grandes empresas como a Samsung Electronics.
Em Washington, parlamentares de perfil mais rígido contra a China demonstraram preocupação com qualquer possibilidade de exportação da tecnologia. O deputado republicano John Moolenaar comparou a ideia de enviar versões dos chips para Pequim a “dar urânio enriquecido para o Irã”.
As exportações da Nvidia para o mercado chinês estão estagnadas. Segundo o CEO Jensen Huang, a própria China tem sinalizado que não deseja a presença da companhia no país neste momento. Ainda assim, ele destacou que a receita internacional é crucial para continuar financiando pesquisas nos Estados Unidos.
Em julho, o governo Trump lançou um novo plano de inteligência artificial para flexibilizar regras ambientais e estimular exportações para países aliados. A estratégia busca consolidar a liderança dos EUA frente ao avanço tecnológico da China.
Apesar de ter cogitado discutir o tema com o presidente chinês Xi Jinping na recente cúpula na Coreia do Sul, Trump declarou que o assunto não foi abordado entre os dois líderes.