Redatora
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 08h15.
A OpenAI deve lançar seu primeiro chip de inteligência artificial em 2026, em parceria com a fabricante americana de semicondutores Broadcom, segundo informações do jornal britânico Financial Times.
O movimento marca a entrada da criadora do ChatGPT na corrida por chips personalizados, em meio ao crescimento explosivo da demanda por capacidade de processamento computacional.
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal, os chips serão inicialmente utilizados apenas de forma interna pela OpenAI, e não oferecidos a clientes externos. A companhia tem enfrentado custos elevados e forte dependência da Nvidia, líder desse mercado.
O CEO da OpenAI, Sam Altman, tem reiterado a urgência em expandir a infraestrutura para treinar modelos e atender ao aumento de usuários do ChatGPT. No mês passado, ele afirmou que a empresa pretende dobrar sua capacidade de computação “nos próximos cinco meses” diante da forte demanda pelo GPT-5.
A colaboração com a Broadcom já vinha sendo cogitada desde 2023, quando a Reuters informou que a OpenAI trabalhava com a empresa e com a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC) para desenvolver seu primeiro chip proprietário, enquanto também utilizava processadores da AMD e da própria Nvidia para atender à demanda crescente.
Na quinta-feira, 4, durante a divulgação dos resultados trimestrais, o presidente da Broadcom, Hock Tan, afirmou que a empresa conquistou um novo cliente que comprometeu mais de US$ 10 bilhões em pedidos de chips de IA.
Sem citar nomes, Tan disse que esse contrato deve impulsionar “significativamente” a receita do segmento a partir do ano fiscal de 2026. Pessoas próximas ao assunto confirmaram ao Financial Times que a OpenAI é a nova cliente.
O avanço segue a estratégia de gigantes como Google, Amazon e Meta, que já projetam chips sob medida para suas operações de inteligência artificial. A Broadcom, por exemplo, desenvolveu em parceria com o Google os chips TPU, usados nos data centers da gigante do setor de tecnologia.
A adoção de componentes próprios busca reduzir custos, ampliar a eficiência energética e diminuir a dependência da Nvidia, que ainda domina o mercado, mas vem registrando crescimento menos acelerado.
Segundo o Financial Times, cresce a expectativa de que os chips customizados — chamados de “XPUs”, em contraposição às GPUs de Nvidia e AMD — ocupem uma fatia maior do mercado de infraestrutura de IA.
Esse cenário tem impulsionado as ações da Broadcom, que já acumulam alta superior a 30% neste ano e avançam 8,95% no pré-mercado desta sexta-feira, 5.
Antes da divulgação dos resultados, analistas do HSBC escreveram que esperavam um crescimento bem mais acelerado no negócio de chips customizados da Broadcom em comparação ao de GPUs da Nvidia em 2026.