Fundada por Liam Fedus e Ekin Dogus Cubuk, a empresa tem como objetivo revolucionar a descoberta científica com a criação de "cientistas de IA" (Just_Super/iStockphoto)
Redator
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 14h11.
A startup de inteligência artificial Periodic Labs emergiu do quase anonimato nesta terça-feira, 30, ao anunciar uma rodada inicial de financiamento de US$ 300 milhões, apoiada por um time de investidores de peso, incluindo Andreessen Horowitz, DST, Nvidia, Accel, Elad Gil, Jeff Dean, Eric Schmidt e Jeff Bezos.
Fundada por Liam Fedus e Ekin Dogus Cubuk, a empresa tem como objetivo revolucionar a descoberta científica com a criação de "cientistas de IA". Cubuk, ex-líder da equipe de materiais e química no Google Brain e DeepMind, foi responsável por projetos como o GNoME, uma ferramenta de IA que descobriu mais de 2 milhões de novos cristais em 2023 — materiais com potencial para impulsionar novas gerações de tecnologia.
Fedus, por sua vez, é ex-VP de Pesquisa da OpenAI e contribuiu para a criação do ChatGPT. Ele também liderou a equipe por trás da primeira rede neural de um trilhão de parâmetros.
O objetivo central da Periodic Labs é automatizar descobertas científicas, utilizando robôs para conduzir experimentos físicos, coletar dados, iterar e aprender continuamente. O primeiro foco é o desenvolvimento de novos supercondutores, materiais que podem superar as alternativas atuais em desempenho e eficiência energética. Além disso, a startup visa descobrir outros materiais inovadores.
Um dos maiores diferenciais da Periodic Labs é o uso de dados físicos gerados durante os experimentos. Enquanto os avanços na IA científica se basearam até agora em modelos treinados com dados da internet, a startup pretende construir um banco de dados com experimentos reais realizados por seus "cientistas de IA".
Assim, essa iniciativa não só visa criar novos materiais, mas também gerar dados valiosos para alimentar futuros modelos de IA, acelerando a evolução da tecnologia.
Embora a empresa reúna um time pequeno, mas impressionante de pesquisadores, com seus objetivos atraindo nomes ex-OpenAI, Google, Meta e Microsoft, o uso de IA para automatizar descobertas científicas não é exclusivo da Periodic Labs.
Em 2024, pesquisadores do Google DeepMind receberam o Nobel Química por seu trabalho no projeto AlphaFold, cujos impactos potenciais incluem a descoberta de novos medicamentos.
Outras iniciativas, como Tetsuwan Scientific, Future House e o Consórcio de Aceleração da Universidade de Toronto, também estão explorando o uso de IA para acelerar o progresso científico.