COP30 será realizada em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro de 2025 (Lia Rizzo/Exame)
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Publicado em 24 de outubro de 2025 às 15h09.
A poucas semanas da COP30, que será realizada em Belém (PA), uma boa notícia para o mercado de tecnologia brasileiro: a Local DC foi selecionada pela ONU para participar da Zona Verde (Green Zone) do evento e apresentar ao mundo o Aruanã.ai, uma plataforma de inteligência artificial voltada para monitorar e proteger o meio ambiente em tempo real.
Desenvolvido integralmente no Brasil, o Aruanã.ai é fruto de pesquisa aplicada em visão computacional, análise contextual e aprendizado profundo. O software analisa imagens, sons e dados ambientais de diversas fontes para detectar padrões de risco, como queimadas, desmatamento, poluição e danos à fauna e flora.
Segundo Wagner Rapchan, fundador da Local DC, empresa brasileira de tecnologia e infraestrutura digital sediada em Sorocaba (SP), o software “é capaz de enxergar o que o olho humano não alcança, identificando padrões de risco, reconhecendo contextos e enviando alertas automáticos antes que o problema se torne uma tragédia ambiental”.
Um diferencial da plataforma é o uso de inteligência contextual, o que permite, por exemplo, a diferenciação entre uma queimada controlada e um incêndio florestal. Sua integração com blockchain é outro, garantindo transparência nas ações ambientais e oferecendo rastreabilidade e autenticidade dos dados.Atualmente em fase piloto em Extremoz (RN), a plataforma é utilizada em áreas costeiras sensíveis para observação e apoio à segurança ambiental. Os resultados iniciais serão apresentados na COP30, com o objetivo de mostrar o potencial da tecnologia para gestores públicos, pesquisadores e investidores internacionais.
Entre as principais frentes de aplicação da plataforma estão: rastreamento de espécies e fauna costeira e terrestre; detecção de danos ambientais diversos, como desmatamento e poluição; apoio a políticas de turismo sustentável e gestão de áreas protegidas; registro de evidências ambientais com uso de blockchain e integração com indicadores ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e dashboards de governança ambiental.
Além disso, o Aruanã.ai promove a participação ativa de comunidades locais por meio de um módulo de engajamento social, permitindo que cidadãos validem e enviem informações. Essa abordagem colaborativa, segundo a empresa, fortalece a educação ambiental e transforma as pessoas em agentes ativos da preservação.
A Zona Verde serve como um ponto de convergência para a sociedade civil, empresas, instituições públicas e líderes globais, promovendo um ambiente de diálogo, inovação e investimento sustentável. Com acesso livre ao público, oferece visibilidade para soluções e parceiros comprometidos com práticas de sustentabilidade e abordagem ambiental, social e de governança (ESG) global.
Esse espaço busca ampliar a participação democrática, promovendo maior pluralidade de vozes e transparência no debate climático, complementando o trabalho diplomático realizado na Zona Azul (Blue Zone), onde ocorrem as negociações oficiais entre governos.