Inteligência Artificial

Startup alemã Motor AI levanta US$ 20 mi para criar veículos autônomos adequados à regulamentação

Empresa acelera o desenvolvimento de software para direção autônoma, alinhado aos rigorosos requisitos de segurança e regulamentação europeus, com planos para lançar veículos totalmente autônomos até 2026

Roy Uhlmann: CEO e cofundador da Motor AI (Motor AI/Divulgação)

Roy Uhlmann: CEO e cofundador da Motor AI (Motor AI/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 15 de julho de 2025 às 09h49.

A Motor AI, startup alemã que desenvolve software para direção autônoma, anunciou a captação de US$ 20 milhões em rodada “seed” para acelerar o desenvolvimento e os testes de seus sistemas. Sediada em Berlim, a empresa pretende iniciar ainda neste ano operações em distritos alemães com motorista de segurança a bordo, requisito para atender ao rígido ambiente regulatório local.

A rodada foi liderada pelos fundos Segenia Capital e eCAPITAL, com o objetivo de viabilizar a homologação para rodovias públicas e lançar veículos totalmente autônomos até 2026.

Segundo a Segenia Capital, o investimento foi motivado por uma proposta considerada alinhada ao padrão europeu de infraestrutura e segurança pública, apontado como essencial para permitir a expansão comercial dessa tecnologia. A avaliação dos investidores é que o modelo da Motor AI prioriza conformidade regulatória e confiabilidade em um mercado reconhecido pela exigência de altos padrões.

A Motor AI, por sua vez, apresenta como diferencial uma estratégia desenvolvida para responder à abordagem regulatória da União Europeia, que estabelece requisitos para sistemas “mensuráveis, inspecionáveis e capazes de conquistar a confiança pública”. A empresa enxerga vantagem competitiva nessa postura mais cautelosa e compatível com as exigências locais, em contraste com modelos de expansão mais agressivos encontrados em outros mercados, como o norte-americano ou o chinês.

Arquitetura cognitiva e normas internacionais como diferencial

O sistema desenvolvido pela Motor AI utiliza uma arquitetura cognitiva de inferência ativa, conceito derivado da neurociência que busca decisões estruturadas, auditáveis e mais transparentes. A estratégia é oferecer maior previsibilidade e segurança para reguladores, usuários e operadores, competindo com rivais como Wayve, Nvidia e Oxa.

Desenvolvido desde 2017, o software foi projetado para atender aos padrões internacionais mais exigentes, incluindo normas da Unece, ou Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, a ISO 26262 (nível ASIL-D), o Regulamento (UE) 2022/1426 e legislações de proteção de dados como o GDPR, equivalente europeu à brasileira LGPD.

A Motor AI também está se preparando para cumprir as exigências da nova Lei de Inteligência Artificial da União Europeia, que teve seu cronograma de implementação confirmado no início deste mês.

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