Embora o ChatGPT continue sendo a ferramenta mais usada, a adoção de sistemas integrados a serviços como o Google Gemini e o Microsoft Copilot amplia o alcance da tecnologia (Getty Images). (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 11h36.
O uso de ferramentas de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, dobrou em um ano, mas o público continua cético em relação à presença da IA no jornalismo. É o que revela o relatório “Generative AI and News Report 2025”, conduzido pelo Reuters Institute for the Study of Journalism e assinado por Felix M. Simon, Richard Fletcher e Rasmus Kleis Nielsen.
O estudo ouviu pessoas em seis países, Argentina, Dinamarca, França, Japão, Reino Unido e Estados Unido, e mostrou que 61% dos entrevistados já usaram alguma ferramenta de IA, ante 40% em 2024. O uso semanal também saltou de 18% para 34%. Nos EUA, a taxa foi de 36%.
Embora o ChatGPT continue sendo a ferramenta mais usada, a adoção de sistemas integrados a serviços como o Google Gemini e o Microsoft Copilot está ampliando o alcance da tecnologia.
A principal motivação para usar IA também mudou. Se em 2024 a criação de conteúdo, como resumos e imagens, era o uso mais comum, agora o foco é buscar informações. O número de pessoas que recorrem à IA para pesquisar temas ou tirar dúvidas mais que dobrou, passando de 11% para 24%.
Nos EUA, 61% afirmam já ter visto respostas geradas por IA em buscas do Google, o que reforça que a exposição à tecnologia acontece muitas vezes de forma passiva, sem o uso direto de um chatbot.
O relatório alerta que essa mudança pode agravar a crise de audiência do jornalismo. Isso porque, apenas um terço dos usuários clica nos links das fontes originais, enquanto 28% afirmam que raramente o fazem.
Apesar da popularidade da IA, apenas 12% das pessoas se dizem confortáveis com notícias totalmente produzidas por algoritmos, e esse número sobe para 21% quando há supervisão humana. Já 62% preferem conteúdos feitos apenas por jornalistas.
O público aceita melhor o uso de IA em tarefas técnicas, como revisão gramatical (55%) ou tradução (53%), mas rejeita fortemente sua aplicação em criações visuais falsas (26%) e apresentadores virtuais (19%).
A percepção geral é que a IA beneficia mais as empresas de mídia do que o público, o que torna as notícias mais baratas e rápidas, porém menos confiáveis e transparentes.
Nos Estados Unidos, 42% acreditam que a IA tornará a sociedade pior, enquanto apenas 30% enxergam impacto positivo. Apenas 27% confiam que jornalistas verificam as informações geradas por IA antes da publicação; um dos índices mais baixos entre os países analisados.
Para os autores, o desafio do jornalismo é claro. As pessoas estão usando IA para buscar informação, mas desconfiam do uso da mesma tecnologia dentro das redações.
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