Loja da Xiaomi, na China: gigantes asiáticas têm apostado no código aberto para atrair mais clientes (LightRocket /Getty Images)
Redator
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 10h05.
Última atualização em 4 de agosto de 2025 às 10h09.
A corrida pela inteligência artificial começou com ferramentas generativas de texto, mas está se expandindo rapidamente para novas funcionalidades e aplicações. Nesse contexto, a chinesa Xiaomi lançou nesta segunda-feira, 4, um modelo de voz de código aberto, o MiDashengLM-7B, com o objetivo de complementar suas tecnologias automotivas e de eletrodomésticos.
Esse novo modelo é baseado na IA de voz fundacional da Xiaomi, a qual já é utilizada em carros e dispositivos domésticos inteligentes, e conta com a integração do Qwen2.5-Omni-7B – um modelo também de código aberto da Alibaba. Sediada em Pequim, a empresa detalhou os avanços e apresentou benchmarks em um post em sua conta oficial no WeChat.
Com o intuito de diversificar suas fontes de receita além dos smartphones, a Xiaomi tem se concentrado no desenvolvimento de veículos elétricos, uma área que se tornou uma das prioridades estratégicas da companhia.
Seu novo carro elétrico, o YU7, recebeu mais de 200 mil pedidos em apenas três minutos após o início das vendas, chegando a 298 mil reservas em uma hora. No maior mercado do mundo, liderado pela BYD, esse modelo concorre com o Model Y da Tesla. A crescente competição chinesa obrigou a empresa de Elon Musk a ajustar seus veículos para tentar aumentar as vendas.
Grandes empresas de internet chinesas, como Alibaba e Tencent, têm lançado diversos modelos que lidam com imagens, vídeos e sons nos últimos meses, buscando competir com empresas norte-americanas como a OpenAI. Tanto o presidente dos EUA, Donald Trump, quanto o líder chinês, Xi Jinping, destacam a importância de seus países garantirem uma posição de liderança na corrida pela IA.
Ao mesmo tempo que busca diversificar sua presença no mercado, o investimento em IA é uma prioridade crescente no setor de tecnologia da China, com muitas das empresas líderes optando por transformar seus modelos em código aberto para atrair mais clientes.
Em julho, Baidu e Huawei começaram a abrir suas IAs Ernie e Pangu, respectivamente. Esse movimento representa uma competição entre abordagens proprietárias e de código aberto, com o lançamento da DeepSeek, em janeiro, sendo um marco importante para essa disputa. Isso fez até a OpenAI repensar sua estratégia e planejar o lançamento de um modelo de pesos abertos.