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Carteira automatizada: como os robo advisors cuidam dos seus investimentos

Entenda o que é uma carteira automatizada, como funciona, seus benefícios e riscos, e descubra se esse tipo de investimento é adequado para o seu perfil

Boas carteiras automatizadas divulgam regularmente sua composição e resultados, permitindo que o investidor acompanhe exatamente onde seu dinheiro está aplicado. (DataDynamics/Reprodução)

Boas carteiras automatizadas divulgam regularmente sua composição e resultados, permitindo que o investidor acompanhe exatamente onde seu dinheiro está aplicado. (DataDynamics/Reprodução)

Luanda Moraes
Luanda Moraes

Colaboradora

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 12h02.

Algoritmos e inteligência artificial já fazem parte do dia a dia dos brasileiros, desde recomendações de vídeos até sugestões de compras online. Agora, essa mesma tecnologia está transformando o mercado financeiro, com a carteira automatizada se tornando uma opção cada vez mais popular entre investidores que buscam praticidade na hora de aplicar em renda variável.

O crescimento dessa modalidade acontece em um momento em que o brasileiro está mais interessado em investir na bolsa de valores, mas ainda enfrenta barreiras como falta de tempo para acompanhar o mercado e dificuldade para entender análises complexas.

É nesse contexto que os robôs de investimento surgem como uma alternativa que promete democratizar o acesso a estratégias antes restritas a grandes investidores.

O que é uma carteira automatizada?

Uma carteira de investimentos automatizada, também conhecida como robo advisor, é um sistema que usa algoritmos e inteligência artificial para gerenciar investimentos sem interferência humana constante. O investidor define seu perfil e objetivos, e o sistema cuida de todo o resto, desde a escolha dos ativos até os ajustes necessários ao longo do tempo.

Diferente de um fundo de investimento tradicional, onde um gestor toma decisões baseadas em análises e intuição, a carteira automatizada segue regras predefinidas e estratégias matemáticas testadas. Isso reduz o fator emocional das decisões, um dos principais problemas dos investidores individuais.

Como funciona na prática

O processo começa com um questionário detalhado que avalia a tolerância ao risco, os objetivos financeiros e o horizonte de investimento. Com base nas respostas, o algoritmo classifica o investidor em perfis como conservador, moderado ou arrojado, e então monta uma carteira diversificada com ações, ETFs, BDRs ou fundos imobiliários.

Após o aporte inicial, o sistema monitora constantemente o desempenho dos ativos e realiza ajustes automáticos. Se uma ação valoriza muito e passa a representar uma fatia desproporcional da carteira, o algoritmo vende uma parte e redistribui o valor entre outros ativos, mantendo o equilíbrio original. Todo esse processo acontece sem que o investidor precise fazer nada.

Benefícios de investir em carteiras automatizadas

A principal vantagem é a praticidade, especialmente para quem não tem tempo ou conhecimento para acompanhar o mercado. Enquanto um investidor individual pode levar horas pesquisando ações, o robo advisor analisa centenas de opções em segundos, usando critérios objetivos e dados históricos para tomar decisões.

Outro benefício importante é o custo reduzido. As taxas de administração geralmente ficam entre 0,5% e 1,5% ao ano, bem abaixo dos 2% a 3% cobrados por muitos fundos tradicionais.

Além disso, a diversificação automática reduz riscos, já que o sistema distribui os recursos entre diferentes setores e mercados, evitando a concentração excessiva em poucos ativos.

Riscos desse tipo de investimento

Apesar das vantagens, carteiras automatizadas não eliminam os riscos do mercado. Ações e fundos imobiliários continuam sujeitos a altos e baixos, e um algoritmo não consegue prever crises ou mudanças políticas repentinas. Em momentos de grande instabilidade, a carteira pode sofrer perdas consideráveis, assim como qualquer investimento em renda variável.

Existe também o risco tecnológico. Falhas no sistema ou erros de programação podem afetar o desempenho, embora isso seja raro nas plataformas bem estabelecidas.

Além disso, a falta de personalização total pode frustrar os investidores mais experientes, já que o algoritmo segue estratégias padronizadas que nem sempre se ajustam a situações específicas.

Para quem a carteira automatizada é indicada

Iniciantes no mercado de ações encontram nas carteiras automatizadas uma porta de entrada segura para a renda variável. Sem precisar entender indicadores complexos ou escolher entre milhares de opções, essas pessoas podem começar a investir com orientação profissional a um custo acessível.

Profissionais que vivem atarefados também se beneficiam dessa opção, já que não precisam dedicar muito tempo ao acompanhamento diário do mercado. O mesmo vale para investidores que buscam diversificação internacional através de BDRs e ETFs, mas não têm experiência com mercados externos.

O investidor recebe dividendos?

Sim, os dividendos continuam sendo pagos normalmente ao investidor. Quando as empresas ou fundos imobiliários da carteira distribuem seus lucros, o valor cai diretamente na conta do investidor na corretora. A diferença é que muitas carteiras automatizadas oferecem a opção de reinvestimento automático desses valores.

Essa estratégia de reinvestimento acelera o crescimento do patrimônio através dos juros compostos. Em vez de sacar os dividendos, o sistema usa o dinheiro para comprar mais ativos, aumentando a participação do investidor e, consequentemente, os dividendos futuros.

Diferença entre carteira automatizada e carteira recomendada

Enquanto a carteira automatizada opera com algoritmos e execução automática, a carteira recomendada é uma lista de sugestões elaborada por analistas humanos. Na segunda modalidade, o investidor recebe as indicações mas precisa executar manualmente as operações de compra e venda.

A vantagem é que a carteira recomendada oferece mais flexibilidade, permitindo que o investidor escolha seguir ou não cada sugestão. Por outro lado, exige mais envolvimento e disciplina, já que o sucesso depende da execução correta e no momento adequado. Para muitos investidores, a automação completa acaba sendo mais prática.

Como escolher a melhor carteira automatizada

A escolha começa pela análise das taxas e custos. A recomendação é comparar não apenas a taxa de administração, mas também possíveis custos de corretagem e valores mínimos de aporte. Algumas corretoras exigem R$ 3.000 iniciais, enquanto outras pedem R$ 10.000 ou mais, dependendo da estratégia escolhida.

Também é importante verificar o histórico de desempenho e a transparência da plataforma. Boas carteiras automatizadas divulgam regularmente sua composição e resultados, permitindo que o investidor acompanhe exatamente onde seu dinheiro está aplicado. Por fim, vale a pena considerar o suporte oferecido e a facilidade de uso da plataforma, especialmente para quem está começando agora no mundo dos investimentos.

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