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Crowdfunding: como investir e o que avaliar antes de apostar no modelo

Plataformas conectam investidores a projetos inovadores, mas é preciso entender riscos e oportunidades antes de aplicar recursos

O principal risco do crowdfunding é a incerteza do retorno, já que muitos projetos, especialmente startups, podem não alcançar o sucesso esperado (foto/Thinkstock)

O principal risco do crowdfunding é a incerteza do retorno, já que muitos projetos, especialmente startups, podem não alcançar o sucesso esperado (foto/Thinkstock)

Publicado em 12 de março de 2025 às 17h26.

O crowdfunding, financiamento coletivo, tem se tornado uma alternativa para quem busca investir em projetos inovadores sem depender de grandes instituições financeiras. O modelo permite que diversos investidores aportem pequenas quantias em negócios promissores, tornando o acesso ao capital mais democrático e ampliando as oportunidades de investimento. No entanto, antes de apostar no formato, é importante entender seu funcionamento, vantagens e riscos.

O que é e como funciona o crowdfunding?

O crowdfunding é um modelo de financiamento no qual múltiplas pessoas contribuem financeiramente para um projeto, empresa ou causa. Ele pode ser dividido em quatro principais categorias:

  • Recompensa: os investidores recebem um benefício em troca do apoio financeiro, como produtos exclusivos ou acesso antecipado a um serviço. Essa modalidade é comum entre startups e campanhas criativas.
  • Doação: voltado para projetos sociais, culturais ou humanitários, onde não há expectativa de retorno financeiro.
  • Empréstimo (peer-to-peer lending): funciona como um crédito coletivo, em que os investidores emprestam dinheiro a empresas ou indivíduos e recebem juros sobre o valor financiado.
  • Equity crowdfunding: permite que investidores adquiram participação em empresas em troca do aporte, tornando-se sócios do negócio. Esse modelo é regulamentado no Brasil e usado, principalmente, por startups e pequenas empresas em busca de capital.

No Brasil, a modalidade de equity crowdfunding é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que garante maior segurança para os investidores.

Como investir?

Para investir em crowdfunding, é essencial seguir alguns passos para garantir uma escolha segura e alinhada ao seu perfil financeiro. O processo começa com a escolha de uma plataforma confiável, preferencialmente regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no caso do equity crowdfunding. Após o cadastro, o investidor pode explorar os projetos disponíveis e analisar informações como modelo de negócio, mercado-alvo, histórico dos fundadores e estratégias de crescimento.

Antes de aplicar o dinheiro, é recomendável ler os termos da oferta, entender os riscos envolvidos e avaliar o prazo de retorno. No caso de equity crowdfunding, por exemplo, o lucro depende do sucesso da empresa, que pode levar anos para gerar retorno ou até mesmo não se concretizar. Assim, é importante diversificar os investimentos e não comprometer uma parcela significativa do patrimônio em um único projeto.

Quais as vantagens do crowdfunding?

O crowdfunding oferece vantagens tanto para investidores quanto para empreendedores. Para quem investe, o modelo permite acesso a oportunidades de alto crescimento, possibilitando aportes em startups e empresas inovadoras ainda em estágio inicial. Além disso, favorece a diversificação do portfólio, já que é possível investir em diferentes setores com quantias menores. Outra vantagem é a baixa barreira de entrada, pois, ao contrário do mercado financeiro tradicional, que exige investimentos elevados, o financiamento coletivo permite aplicações a partir de valores acessíveis.

Para os empreendedores, o modelo possibilita um impacto direto no sucesso dos projetos, conectando investidores que acreditam no potencial do negócio e podem contribuir para seu desenvolvimento.

O que avaliar antes de investir?

Apesar das vantagens, investir via crowdfunding exige análise criteriosa. Antes de aplicar recursos, é importante considerar os seguintes pontos:

  • Modelo de negócio da empresa: analisar a proposta de valor, diferenciais competitivos e mercado potencial.
  • Equipe e histórico dos fundadores: avaliar a experiência dos responsáveis pelo projeto pode indicar a capacidade de execução.
  • Regulação e segurança da plataforma: optar por plataformas autorizadas pela CVM reduz riscos de fraudes.
  • Plano de crescimento e saída: entender a estratégia da empresa para gerar retorno ao investidor no futuro.
  • Riscos envolvidos: startups têm alto potencial de crescimento, mas também taxas elevadas de falha.

Riscos do crowdfunding

Embora seja uma alternativa atrativa, o crowdfunding não garante retorno imediato e pode apresentar riscos, como:

  • Baixa liquidez: no caso do equity crowdfunding, pode levar anos até que o investidor consiga vender sua participação.
  • Risco de falência: startups estão sujeitas a instabilidade e podem não atingir o crescimento esperado.
  • Falta de dividendos iniciais: muitas empresas reinvestem o lucro nos primeiros anos, o que pode retardar ganhos para o investidor.

Vale a pena investir?

O crowdfunding é uma oportunidade para diversificar investimentos e apoiar projetos inovadores, mas exige análise e consciência dos riscos. Para quem tem perfil mais arrojado e deseja apostar em startups, a modalidade pode ser uma alternativa interessante, desde que os investimentos sejam feitos de forma planejada e equilibrada dentro do portfólio financeiro.

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

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