A dação em pagamento pode ser uma boa opção para quem precisa pagar dívidas e não consegue desembolsar dinheiro (EyeEm/Getty Images)
Publicado em 28 de fevereiro de 2025 às 16h07.
A dação em pagamento é uma forma de extinguir uma dívida por meio da entrega de um bem, em vez do pagamento em dinheiro. No Brasil, esse mecanismo é previsto no Código Civil (art. 356) e também foi regulamentado para débitos tributários pela Lei 13.259/2016. Essa legislação permite que o contribuinte quite parte ou a totalidade de tributos federais vencidos por meio da transferência de bens imóveis para a União.
A dação só é válida, no entanto, se houver aceite do credor e se o bem oferecido tiver valor compatível com a dívida. Caso o contribuinte esteja contestando judicialmente o débito tributário, ele deverá desistir do processo para que a obrigação fiscal seja considerada extinta. Em outras palavras, é necessário renunciar ao direito de litígio para garantir a quitação do tributo.
No caso de tributos, a Receita Federal avalia o imóvel antes de aceitar a transação. A modalidade pode ser vantajosa para devedores que possuem bens, mas enfrentam dificuldades de liquidez.
É importante lembrar que as condições de extinção do crédito tributário definidos pela lei são:
A dação em pagamento pode ocorrer de diferentes formas, dependendo do tipo de bem ou serviço utilizado para quitar a dívida. As principais modalidades são:
Para que a dação em pagamento seja válida, é necessário atender a alguns requisitos básicos:
Entre os benefícios dessa ação, destaca-se a possibilidade de liquidar débitos sem comprometer o fluxo de caixa, o que pode ser especialmente útil para empresas e pessoas físicas com dificuldades financeiras. Além disso, esse mecanismo evita a necessidade de um processo judicial de execução, que poderia resultar na perda do bem em condições menos favoráveis.
No entanto, há desvantagens que podem dificultar sua viabilidade. O bem oferecido precisa estar livre de pendências legais, como hipotecas ou ações judiciais, e seu valor deve ser compatível com a dívida, o que geralmente exige uma avaliação formal para evitar questionamentos.
A tramitação burocrática também pode ser um entrave, pois a transferência do imóvel exige escritura pública e registros formais, além da possibilidade de custos adicionais, como taxas cartoriais e impostos incidentes sobre a transação. Por isso, antes de optar pela dação de um imóvel, é fundamental avaliar os riscos e garantir que todas as exigências legais sejam cumpridas para evitar problemas futuros.
Na compra e venda com dação em pagamento, o comprador oferece um bem como parte ou totalidade do pagamento. Isso é comum em negociações imobiliárias, onde um imóvel é usado como moeda de troca para adquirir outro.
Por exemplo, uma pessoa pode oferecer um apartamento como parte do pagamento de uma casa de maior valor, complementando a diferença em dinheiro. Esse modelo exige um contrato formal e avaliação dos bens envolvidos.
A dação em pagamento é uma alternativa viável para quem deseja quitar dívidas sem desembolsar dinheiro, especialmente no caso de tributos ou negociações imobiliárias. No entanto, seu sucesso depende da aceitação do credor, da regularidade do bem oferecido e da formalização correta do processo.
Para empresas e pessoas físicas com imóveis ou outros ativos disponíveis, entender essa modalidade pode representar uma solução estratégica para resolver pendências financeiras de forma mais eficiente.