No Brasil, os ETFs movimentam cerca de R$ 62 bilhões e já conquistaram mais de um milhão de investidores. (Epiximages/Getty Images)
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Publicado em 25 de agosto de 2025 às 17h44.
Imagine poder investir no futuro da inteligência artificial, nas empresas que lideram a revolução da energia limpa ou nas gigantes dos games com apenas alguns cliques. Essa possibilidade já existe e trata-se do mundo dos ETFs temáticos, que está atraindo cada vez mais brasileiros.
Nos últimos anos, o mercado de ETFs no Brasil vem crescendo em ritmo acelerado, com novos fundos sendo lançados e ampliando cada vez mais as opções para os investidores. O que antes era um nicho restrito a poucos produtos, hoje já representa uma prateleira diversificada, que inclui tanto fundos criados no mercado local quanto alternativas que acompanham índices internacionais.
Esse movimento vem chamando a atenção de investidores de diferentes perfis, mostrando como os ETFs estão se tornando uma porta de entrada acessível para mercados e setores que antes pareciam distantes ou complexos.
Antes de mergulhar no universo temático, vale entender o que é ETF. Um Exchange Traded Fund, ou fundo de índice, funciona como uma cesta de investimentos que replica um indicador do mercado. É como se você comprasse um pacote pronto com várias ações ou ativos de uma só vez.
Já os ETFs temáticos levam essa ideia um passo adiante. Em vez de seguir índices amplos como o Ibovespa, eles se concentram em temas específicos ou tendências globais. São fundos que permitem investir em setores como biotecnologia, games, inteligência artificial ou sustentabilidade de forma diversificada, sem precisar escolher empresa por empresa.
Por exemplo, ao comprar cotas de um ETF de tecnologia, você automaticamente investe em várias empresas desse setor. Se acredita que os carros elétricos são o futuro, pode apostar em um fundo temático focado nessa indústria, e assim por diante.
Uma das principais características desses fundos é permitir que investidores obtenham exposição a setores e tendências específicos sem precisar selecionar ações individuais. É um meio termo interessante entre investir num mercado completo e escolher apenas uma empresa.
Esses fundos também permitem que você alinhe seus investimentos com suas crenças e valores. Quem se preocupa com questões ambientais pode escolher um ETF de sustentabilidade. Já quem acredita no potencial dos videogames pode optar por um ETF de games.
Outra característica marcante é a gestão passiva. Diferentemente de fundos tradicionais, onde gestores tentam superar o mercado, os ETFs temáticos apenas acompanham seu índice de referência. Isso resulta em taxas de administração menores e maior transparência nas estratégias de investimento.
Entre as vantagens, destaca-se o acesso facilitado a setores em crescimento, já que os ETFs temáticos permitem explorar áreas da economia com potencial significativo de valorização futura. Além disso, proporcionam diversificação dentro do próprio tema, reduzindo o risco comparado ao investimento em apenas uma ação.
A democratização do acesso internacional também merece destaque. É possível investir em empresas de inteligência artificial do Vale do Silício ou em companhias europeias de energia renovável sem sair do Brasil, tudo negociado em reais na B3.
Na contramão, existem desvantagens que merecem atenção. A volatilidade pode ser maior em temas específicos. Um ETF focado em blockchain, por exemplo, tende a oscilar mais que um fundo amplo do mercado. Também há o risco de concentração, já que alguns temas podem depender de poucas empresas dominantes.
Vale ressaltar ainda que as taxas de administração, embora menores que fundos ativos, podem ser maiores que ETFs tradicionais. Quanto mais específico o tema, geralmente maior o custo para manter o fundo.
O universo dos ETFs temáticos cresce constantemente, mas alguns temas se destacam pela popularidade. Os fundos de tecnologia lideram as preferências, com opções que vão desde inteligência artificial até segurança cibernética e computação em nuvem.
As energias renováveis formam outro grupo relevante, reunindo empresas de energia solar, eólica e outras fontes limpas. Com a crescente preocupação ambiental, esses fundos têm atraído investidores conscientes que buscam unir rentabilidade e impacto positivo.
Outros temas emergentes incluem robótica, veículos elétricos, internet das coisas e até mesmo fundos focados em empresas que promovem diversidade e inclusão. A variedade permite que cada investidor encontre opções alinhadas com suas convicções e expectativas de futuro.
'Onde comprar ETF?' é uma dúvida comum, e a resposta é simples: qualquer corretora que opere na bolsa brasileira oferece acesso a esses fundos. Sendo assim, o primeiro passo para investir é abrir conta em uma corretora de valores.
Depois, é fundamental pesquisar os ETFs disponíveis. Analise o histórico de desempenho, as empresas que compõem o fundo, as taxas cobradas e o volume de negociação diário. Fundos com maior liquidez facilitam a entrada e saída do investimento.
A compra acontece da mesma forma que a aquisição de ações. Basta acessar o home broker da corretora, buscar o código do ETF desejado e enviar a ordem de compra.
Lembre-se que é importante começar devagar, especialmente iniciantes. Destine apenas uma pequena parte do patrimônio para ETFs temáticos no início e conforme ganhar experiência e entender melhor o comportamento desses fundos, você pode ajustar a alocação.
ETFs temáticos devem representar apenas uma parcela do portfólio total, não sua base principal. O ideal é manter a maior parte dos investimentos em opções mais diversificadas e usar os fundos temáticos como complemento estratégico.
Avalie sempre seu perfil de risco antes de escolher e tenha em mente que temas mais estabelecidos tendem a ser menos voláteis que apostas em setores nascentes. Por isso, acompanhe as tendências globais, mas evite modismos passageiros.
Por fim, considere a diversificação entre diferentes temas. Em vez de concentrar tudo em tecnologia, por exemplo, pode ser interessante combinar com energia limpa ou biotecnologia. Essa estratégia ajuda a equilibrar riscos e aproveitar oportunidades em diversos setores.