Invest

Holding: o que é, para que serve e como abrir uma

Saiba mais sobre como criar uma holding para proteger seu patrimônio

 (Getty Images/Divulgação)

(Getty Images/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 10h00.

No mundo empresarial, a holding emerge como estrutura estratégica, desempenhando um papel fundamental na gestão de negócios e investimentos.

Saiba mais sobre as vantagens, desafios e impacto das holdings, destacando sua relevância na diversificação, gestão financeira e coordenação eficaz de um conglomerado de empresas.

O que é uma holding?

Para entender o que é holding, é preciso compreender que esta é uma empresa que detém participações acionárias em outras empresas, formando um grupo corporativo.

O principal objetivo de uma holding é coordenar e gerenciar as atividades das empresas sob sua propriedade, consolidando o controle sobre diferentes negócios.

Geralmente, as holdings não produzem bens ou serviços diretamente, mas exercem influência estratégica e administrativa sobre suas subsidiárias.

Essa estrutura oferece benefícios como diversificação de investimentos, compartilhamento de recursos e gestão eficiente de ativos. Além disso, são comuns em processos de reestruturação corporativa, fusões e aquisições, proporcionando flexibilidade e vantagens fiscais às empresas envolvidas no grupo.

Para que serve uma holding?

Uma holding desempenha vários papéis estratégicos e econômicos, sendo essencialmente uma entidade que detém ações de outras empresas.

Uma de suas principais funções da holding é facilitar a gestão eficiente de várias empresas sob seu controle, promovendo a coordenação estratégica e a alocação de recursos. Holdings são amplamente utilizadas para diversificação de investimentos, permitindo que uma empresa controle diferentes setores e minimize riscos.

Além disso, proporcionam benefícios fiscais, uma vez que podem otimizar estruturas tributárias e facilitar a transferência de recursos entre subsidiárias.

No contexto familiar, holdings são empregadas para facilitar a sucessão patrimonial, enquanto em fusões e aquisições, servem como veículo para consolidar negócios.

Sua versatilidade torna as holdings instrumentos valiosos para a gestão estratégica, financeira e sucessória em diversos modelos de negócios.

Como abrir uma holding?

Abrir uma holding envolve uma série de passos específicos e cuidados jurídicos. Primeiramente, é crucial definir o tipo de holding desejada, como uma holding pura, mista ou operacional.

Em seguida, deve-se realizar o registro legal da empresa junto aos órgãos competentes, como a Junta Comercial, obtendo um CNPJ, seja de micro, pequena ou grande empresa.

É recomendável buscar orientação de profissionais especializados em direito empresarial e contabilidade para garantir conformidade com as regulamentações locais e escolher a estrutura societária mais adequada.

Após a constituição, a holding deve adquirir as participações acionárias nas empresas-alvo. Para otimizar a gestão financeira e tributária, é essencial elaborar contratos claros entre a holding e suas subsidiárias.

A assessoria contínua de advogados e contadores é fundamental para garantir o cumprimento de obrigações legais e a maximização dos benefícios fiscais associados à estrutura de holding.

Como funciona uma holding?

A holding, ao consolidar o controle, assume a propriedade majoritária ou total das subsidiárias, conferindo-lhe poder decisório significativo. Isso permite a implementação de estratégias coerentes em todo o grupo, alinhando metas e objetivos.

Além disso, ao facilitar a gestão financeira centralizada, a holding pode otimizar o uso eficiente de recursos, coordenar financiamentos e reduzir custos operacionais. A otimização das estruturas tributárias é outra vantagem, uma vez que a holding pode explorar benefícios fiscais e estratégias para minimizar a carga tributária global do grupo

A promoção de sinergias entre as empresas do grupo é alcançada por meio da colaboração estratégica, compartilhamento de conhecimentos e recursos, resultando em eficiências operacionais e competitivas

 As decisões estratégicas, investimentos e a alocação de recursos centralizados na holding garantem uma abordagem coesa, evitando redundâncias e maximizando a eficácia.

Esse modelo integrado busca, portanto, maximizar o valor agregado para os acionistas, consolidando as vantagens de uma gestão unificada e estrategicamente alinhada e podendo até mesmo aumentar a margem de lucro dos negócios.

Quais são os tipos de holding?

Existem diversos tipos de holding, cada uma apropriada para uma finalidade diferente. Veja abaixo um pouco sobre cada uma:

1. Holding Pura

Uma holding pura é uma entidade que detém ações de outras empresas, sem envolvimento direto nas operações diárias das subsidiárias. Seu foco principal está na administração das participações acionárias, visando à gestão estratégica e financeira do portfólio.

2. Holding Mista

A holding mista combina características da holding pura e da operacional. Além de gerenciar participações, a holding mista pode se envolver ativamente nas operações das subsidiárias. Isso confere flexibilidade na abordagem de gestão.

3. Holding Administrativa

A holding administrativa é dedicada à gestão e coordenação das atividades administrativas e estratégicas das empresas sob seu controle. Foca em otimizar processos e recursos para melhorar a eficiência operacional do grupo.

4. Holding Familiar

Uma holding familiar é criada para gerenciar o patrimônio e as participações de uma família em diversas empresas. Geralmente, visa à sucessão patrimonial e à preservação do planejamento financeiro familiar.

5. Holding Setorial

A holding setorial concentra-se em investir e controlar empresas em um setor específico da indústria. Isso permite especialização e conhecimento aprofundado em um determinado segmento de mercado.

6. Holding de Participação

A holding de participação tem como objetivo principal deter participações acionárias em outras empresas, buscando ganhos financeiros através do valor das ações detidas.

7. Holding de Controle

A holding de controle detém a maioria das ações de suas subsidiárias, garantindo controle direto sobre as decisões estratégicas e operacionais. Essa forma de holding é fundamental para a coordenação efetiva e unificada das empresas do grupo.

Exemplos de holding no Brasil

No Brasil, diversas holdings notáveis desempenham papéis estratégicos em diferentes setores econômicos. O investidor que deseja alocar capital em uma holding deve fazer uma análise fundamentalista aprofundada, avaliando cada empresa do grupo.

A Itaúsa - Investimentos Itaú S.A., por exemplo, é uma holding associada ao Grupo Itaú Unibanco, controlando participações em empresas como Itaú Unibanco, Duratex e Alpargatas.

Outro exemplo é o Grupo Votorantim, uma ampla holding com interesses em cimento, metalurgia, energia, finanças e papel e celulose, mantendo participações em empresas como Votorantim Cimentos, Nexa Resources e Banco Votorantim.

A Raízen, por sua vez, destaca-se como uma joint venture entre a Cosan e a Shell, operando nos segmentos de energia e biocombustíveis.

A Magazine Luiza se destaca como uma varejista brasileira diversificada, atuando como uma espécie de holding. Além de seu core business, detém participações em empresas como Kabum!, Netshoes, Estante Virtual e Omelete, ampliando sua presença e influência em diversos setores do mercado brasileiro.

Quais são as vantagens e desvantagens de uma holding?

As vantagens das holdings podem dar diversos benefícios estratégicos. Ao consolidar o controle de várias empresas, proporciona diversificação de investimentos, reduzindo riscos.

A gestão financeira centralizada otimiza recursos, promove sinergias e facilita a coordenação estratégica. As estruturas tributárias podem ser otimizadas, resultando em benefícios fiscais significativos. Além disso, a holding pode atrair investidores ao apresentar um portfólio abrangente e atraente.

Contudo, é importante considerar algumas desvantagens das holdings. O processo de criação e manutenção de uma holding pode envolver custos significativos.

A complexidade na gestão das subsidiárias pode representar desafios operacionais. Ademais, as holdings podem ficar expostas a riscos financeiros e de mercado

Ainda assim, essas desvantagens podem ser mitigadas com uma administração competente e uma estratégia sólida.

Você quer saber mais sobre negócios, investimentos e finanças pessoais? Então leia nossos outros artigos abaixo:

Acompanhe tudo sobre:Holdingspatrimonio-pessoalGuia de Investimentos

Mais de Invest

Depois de Nvidia, Intel agora sonda Apple para parceria, diz agência

Assaí aciona Justiça para se proteger de dívidas tributárias do GPA

Oracle prevê levantar US$ 15 bilhões com emissão de títulos corporativos

Ibovespa fecha em ligeira alta e garante novo recorde de fechamento